Pronunciamento

Kennedy Nunes - 054ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 02/07/2009
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, primeiramente eu quero cumprimentar todos que nos acompanham pela TVAL, pela Rádio Digital Alesc e os colegas de imprensa.
Eu estava ouvindo as palavras do nobre deputado Manoel Mota, que no seu pronunciamento falava com relação às decisões que a Justiça tem tomado. Eu não quero entrar no mérito dessa questão, porque essa é uma decisão dos Tribunais e cada um tem o seu jeito de pensar.
Mas eu não vi v.exa. fazer uma defesa especial, deputado, assim como faz tão veementemente, dos políticos que detêm os cargos e que são os seus companheiros de partido, do seu correligionário José Sarney, que hoje é uma unanimidade no Brasil de expurgo político. Eu não vejo v.exa. fazer essa defesa do seu correligionário no Senado; não vejo a mesma veemência. Até parece que o Sarney é mais PT do que PMDB.
Aliás, já disseram que na política só não se vê boi voar. Eu já vi, pelo menos, uns terneirinhos voando, deputado Reno Caramori. Mas assistir à senadora Ideli Salvatti fazer a defesa veemente, no Senado, ao senador José Sarney é muito hilário, mas as coisas mudam.
E esta Casa foi a primeira no Brasil a aprovar por unanimidade uma moção pedindo o afastamento do ex-presidente da República, hoje senador e presidente do Senado e do Congresso Nacional, José Sarney.
É claro que nós, da bancada progressista, tivemos que dar um jeito para não deixar a bancada do PMDB e do PT passarem. Mas nós conseguimos e foi aprovado. E agora todas as outras Câmaras já começam a fazer as suas manifestações para acompanhar o discurso do povo, e a bancada do Partido Progressista, através do seu líder, deputado Joares Ponticelli, aprovou aqui.
Eu só gostaria de dizer isso ao deputado Manoel Mota, sr. presidente.
O Sr. Deputado Reno Caramori - V.Exa. nos concede um aparte?
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Pois não!
O Sr. Deputado Reno Caramori - Nobre deputado, ontem estivemos em Brasília, juntamente com os vereadores Antônio Rubiano Schmitz e Itacir João Fiorece, popularmente conhecido como Fically, do PP de Caçador, com o prefeito Saulo Sperotto, com o deputado Odacir Zonta, no ministério das Cidades. Lá conversamos com o ministro, com os seus assessores e o clima está muito tenso.
Eu falei com vários jornalistas que estavam no salão verde aguardando um possível contato com o presidente José Sarney, mas não conseguimos. Eles estavam ansiosos, porque o salão verde estava limpo. Com o falecimento de um parlamentar federal, a sessão foi cancelada, mas mesmo assim o Congresso estava emudecido. Todos estavam na expectativa dos acontecimentos, é óbvio, pelo melhor. A tendência e a ideia de todo mundo lá é de que haverá uma renúncia brevemente.
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Obrigado, deputado!
Mas eu não queria ficar falando dessas questões partidárias de Brasília, até porque não refletem muito aqui.
Eu protocolei hoje, nesta Casa, uma indicação a ser enviada ao governo do estado, porque nós, do maior Colégio Eleitoral do estado, da maior cidade de Santa Catarina, responsável por quase 25% da arrecadação do ICMS, estamos a ponto de perder a operação das companhias aéreas da GOL e da TAM em Joinville. Estamos prestes a não poder sair e chegar a Joinville de avião. E sabe por que, deputado Manoel Mota, que nós, de Joinville, terra do governador Luiz Henrique da Silveira, terra que garantiu a sua vitória, estamos a ponto de perder essa operação da GOL e da TAM para aterrissagens e decolagens? Porque deveria ter naquele aeroporto oito bombeiros por turno. Nós temos lá bombeiros voluntários, mas dentro da Infraero quem opera é o bombeiro da Polícia Militar.
Deveria haver, deputado Manoel Mota, oito bombeiros por turno e temos três bombeiros por dia.
O sr. governador está a ponto de deixar a maior cidade do estado de Santa Catarina perder a operação no aeroporto da GOL e da TAM, porque deveria haver oito bombeiros por turno. Há pelo menos dois turnos, mas como nós não temos operação de madrugada, é só de manhã até a noite, são dois turnos, então, ao invés de termos 16 bombeiros, temos três.
Se hoje a Infraero fizer uma vistoria no aeroporto de Joinville, ele será fechado. E v.exas. sabem por quê? Porque não há bombeiro, e isso é responsabilidade do governo do estado, pelo fato de ser bombeiro militar que opera lá dentro.
Mas sobre isso ninguém fala aqui, sobre isso a bancada governista não fala. Gostam de falar que são os grandes, mas os empresários, as pessoas que usam o transporte aéreo são obrigados a pegar um avião e subir até São José dos Pinhais, a 132 Km, ou vir até Navegantes, que dá mais 90 Km, ou aqui em Florianópolis.
Será que o governador Luiz Henrique gosta disso? Mas ele pousa de helicóptero. Fizeram um heliporto atrás da secretaria de Desenvolvimento Regional, é verdade, eu havia me esquecido disso! Eu havia esquecido que o governador não pousa mais no aeroporto, ele pousa atrás da secretaria de Desenvolvimento Regional, porque fizeram um heliporto lá. Se ele continuasse pousando no aeroporto de Joinville, talvez alguém tivesse colocado essa questão para ele.
Mas esses dias, deputado Manoel Mota, o prefeito da capital, Dário Berger, pousou lá em Joinville para receber o ministro! Mas o governador não pousou lá, ele pousou primeiro no heliporto da secretaria de Desenvolvimento Regional e foi de carro até o aeroporto. É uma pena que o sr. governador está para deixar o joinvilense e região, porque quando falo em Joinville, eu estou falando de Jaraguá do Sul e de todas as cidades próximas sem aeroporto, porque estamos com apenas três bombeiros quando deveríamos ter 16.
Esse é o carinho que o governo do estado está dando para a cidade que o elegeu. E nem é por conta de que o elegeu, mas principalmente pelo respeito e pelo retorno que ele dá à cidade que arrecada 25% de todo o ICMS deste estado.
E daí deputado? E daí?
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)