Pronunciamento

Kennedy Nunes - 024ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

Em 15/08/2007
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. deputado Julio Garcia, presidente desta Casa, srs. deputados que ainda se encontram no plenário, público aqui presente, colegas da imprensa, telespectadores da TVAL, ouvintes da Rádio Alesc Digital, quero dizer a v.exa., deputado José Natal, que eu estava prestando atenção na sua fala. E ontem também me chamou a atenção quando v.exa. falou sobre a questão das máquinas caça-níqueis que foram transformadas agora para auxiliar os alunos. Também dizia, ontem, que o deputado Joares Ponticelli não falava coisas positivas e que isso teria sido uma ação do governo. Mas não é. É uma ação, e v.exa. falou há pouco, da SATC - Educação Tecnológica, que é uma faculdade lá de Criciúma.
E ontem mesmo, com o apoio de v.exa., foi aprovada a indicação do deputado Valmir Comin, do nosso partido lá de Criciúma. Aí, sim, é uma ação do nosso partido, em relação ao tema que v.exa. levantou, porque o texto da indicação fala o seguinte:
(Passa a ler.)
"A Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, acolhendo proposição do deputado Valmir Comin, solicita que o governo estadual firme parceria com a SATC para que todas as máquinas caça-níqueis apreendidas, que estiverem sob a guarda do estado, sejam tecnologicamente modificadas e transformadas em máquinas didáticas, para posteriormente serem encaminhadas às instituições de ensino.[...]"[sic]
Então, o deputado do nosso partido fez um pedido para que o governo firme parceria com essa faculdade para usar aquelas máquinas que o governador Luiz Henrique da Silveira queria liberar para continuar o uso ilegal aqui em Santa Catarina, através do Decreto n. 76. E foi a nossa bancada que entrou na Justiça, no Supremo Tribunal Federal, e fomos até a Polícia Federal, quando o governador assinou o decreto legalizando, também, de forma única, deputado João Henrique Blasi - o nosso foi o único estado do Brasil -, as máquinas caça-níqueis aqui em Santa Catarina.
O Sr. Deputado Joares Ponticelli - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Pois não!
O Sr. Deputado Joares Ponticelli - Deputado Kennedy Nunes, quero sugerir, de público, a v.exa. que não desperdice o seu precioso tempo e a inteligência de v.exa. para responder a quem acaba de defender o Aldo Hey Neto e a impunidade. Quem teve a coragem de subir à tribuna agora para contestar uma cobrança que as Oposições estão fazendo de um ano de impunidade, precisa fazer uma reflexão. É sinal de que está comprometido com a impunidade! Nós fomos cobrar, lembrar que faz um ano que esse caso continua sem explicações, que o governo abafou a CPI, que o governo não respondeu o pedido de informação, que o governo não diz de onde vinha aquela dinheirama toda e para onde iria.
Portanto, quem defende esse tipo de ação e de impunidade, penso que não merece de v.exa. nenhuma resposta, até porque, ontem, v.exa. já foi provocado por um outro parlamentar, que o desafiou para acertar as contas fora do plenário.
Assim, é bom ter cuidado porque a estratégia de alguns aqui está muito clara. Talvez seja o custo da manutenção aqui da Casa.
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Deputado Joares Ponticelli, eu não ia tocar no assunto, mas já que v.exa. falou, devo dizer que, infelizmente, quando faltam argumentos, a ignorância impera. Ontem, fiz aqui uma defesa de v.exa., já que foi na última sessão atacado covardemente por um parlamentar desta Casa, que dizia que não queria dizer, mas reafirmava todas às vezes. Fiquei pensando e, inclusive, conversei com o deputado presidente Julio Garcia sobre o fato ocorrido nas últimas sessões: na de ontem e na anterior.
Este Parlamento não é um boteco. Nós não viemos para cá, às tardes, passar um happy hour e, depois de vários tragos... E diz um ditado que, se queres conhecer o homem, embebede-o. Porque num boteco, deputado Marcos Vieira, as coisas e as conversas fluem. E depois de um determinado grau de teor alcoólico e quando os argumentos terminam, aí eles dizem o seguinte: vamos lá para fora resolver esse negócio aí. Isso é papo de boteco, é papo que não condiz com o Parlamento catarinense. Isso é conversa!
Eu peço aos nobres deputados que fiquemos aqui numa discussão positiva, propositiva, diante de idéias, de diferenças parlamentares e programáticas de partido, mas nunca no campo pessoal.
Deixem-me fazer uma referência aqui. Eu estou chegando nesta Casa agora, mas já me espelho num deputado que consegue ser esse paradigma de discutir ações de governo, partidárias, mas nunca ir para o lado pessoal: o deputado João Henrique Blasi. Devo parabenizá-lo, deputado. Já travamos vários embates aqui, mas nunca num nível pessoal. E esta é a minha postura também.
Agora, se há alguém aqui, deputado Reno Caramori, que pensa que vai, com esse tipo de argumento e de falação, tentar me tirar da concentração que eu estou aqui neste Parlamento, como sentinela do povo catarinense, um dos três representantes do maior colégio eleitoral, junto com os deputados Nilson Gonçalves e Darci de Matos; se há alguém que, com as suas palavras e, na falta de argumentos, apelando para a ignorância, pensa que vai me tirar deste Parlamento para acertar as coisas ali na rua, não vai! Porque aqui não é boteco! E eu não vou ser igual a esses cães que brigam na rua por causa de uma cadela no cio. Eu tenho educação! Minha mãe me ensinou que devemos respeitar os outros, mas sempre defender aquilo que acreditamos, nunca usando a força. A força é utilizada pelos ignorantes, por aqueles que não têm conhecimento. E daí pensam que através da força é que vão resolver as paradas.
Eu quero discutir todas às vezes aqui, mas sempre poderei olhar nos olhos, porque nunca será no nível pessoal. E peço aos nobres colegas que também permaneçam nisso, porque isso reflete na posição de todos os deputados aqui. É a Casa que pode sofrer ou não. Espero que não venhamos a ter o mau exemplo do Senado Federal, que por conta de uma intransigência de um presidente está colocando os outros 80 senadores numa posição vergonhosa.
Conversei isso com o presidente e pedi-lhe, inclusive, que fosse colocado em prática um acordo que foi feito no colégio de líderes com relação às questões de ordem havidas aqui. O Regimento é claro com relação às questões de ordem e os pela ordem. Por quê? Porque há alguns que não se contentam em fazer a sua falação e vão para o microfone, deputado Joares Ponticelli, fazer um novo pronunciamento. E muitas vezes a Presidência, naquele momento, não tem uma posição dura de mandar cortar o microfone, como fez esses dias o deputado Dagomar Carneiro, quando estava presidindo a sessão, que mandava cortar. Não tendo justificativa para chamar um artigo que possa justificar, não existe por que usar a palavra pela ordem.
Eu digo aos nobres deputados: não pensem que este é pedido de trégua. Vou continuar aqui defendendo as minhas posições, a minha bancada e todos os integrantes da minha bancada. Venho para esta tribuna defender todos os integrantes da minha bancada! Agora, vamos parar com esse negócio de pessoal. Não vamos aqui falar na tribuna: encontre-me no corredor. Olhem nos olhos e vamos acertar!
Quero dizer que eu perdôo esse deputado, sr. presidente, e perdôo com muita galhardia. Os olhos da minha mulher são verdes, muito mais bonitos do que os dele.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)