Pronunciamento

Kennedy Nunes - 050ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 03/07/2007
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sra. presidente, sras. deputadas, srs. deputados, público que nos acompanha pela TVAL e pela Rádio Alesc Digital, colegas de imprensa, funcionários desta Casa, quero fazer a menção, já feita e registrada pelo deputado José Natal, da presença da vereadora Carmelina Alves Filha Borjana, de Joinville e também fazer uma referência muito especial à Vera, que está aqui no plenário, que é uma amiga de muito tempo que tem feito um trabalho muito dedicado à assistência social de Joinville e que agora presta os seus serviços ao governo do estado.
Aproveito o horário do meu partido para falar de dois assuntos: O primeiro é relacionado à minha cidade, Joinville, deputado Elizeu Mattos. Eu estou bastante preocupado com o que está acontecendo lá. Só ontem, no período diurno, cinco lojas foram assaltadas no centro de Joinville. Os dados mostram, deputado Sargento Amauri Soares, que no centro da cidade, nos últimos dias, 70 lojas foram assaltadas. Nós estamos num momento muito delicado, deputado Darci de Matos, naquele município.
Os lojistas estão apavorados, porque não sabem mais o que fazer para se proteger. A orientação que recebem da polícia é que coloquem câmaras filmadoras em seus estabelecimentos comerciais, porque é a única forma que a polícia tem para tentar descobrir as pessoas que estão praticando esses assaltos. Isso já coloca numa posição vulnerável a segurança em Joinville, maior cidade do estado, cidade onde reside o governador.
A nossa polícia investigativa, a Polícia Civil, quando precisa fazer um simples exame de digital, depende da cidade de Florianópolis. Qualquer tipo de investigação técnica, deputado Silvio Dreveck, depende aqui da ilha. A minha pergunta é a seguinte: Onde está a descentralização, nesse serviço de segurança?
Nós temos no bairro Petrópolis uma loja de uma rede de farmácias, deputado Dagomar Carneiro, que vai ter de fechar as suas portas, pois não está conseguindo contratar alguém para trabalhar porque as pessoas contratadas são assaltadas quase que diariamente. Nós estamos sofrendo isso na pele, a cidade está em polvorosa.
Agora os comerciantes fortes estão sofrendo a cada dia esses ataques e estão preocupados com essa situação e me perguntaram: "Deputado Kennedy Nunes e daí?" Eu disse: "Vou tentar descobrir na descentralização onde se resolve isso, talvez os deputados da base do governo possam dizer para os comerciantes da cidade de Joinville onde se encontra uma solução para esta insegurança que estamos vivendo".
Eu, não estou aqui para atacar ninguém! Estou trazendo um pedido da minha cidade, Joinville, onde hoje me perguntaram o que se faz. Porque se ligarmos para a polícia ou para o comando da polícia, eles dizem: "Instalem uma filmadora, pelo menos é uma forma de irmos atrás de quem está fazendo os assaltos".
Onde se resolve a questão da polícia técnica, da polícia investigativa, que depende de Florianópolis nas questões mais básicas de uma investigação, como pegar a impressão digital? Não falo em exame de DNA e outros exames que a polícia técnica precisa para investigar os crimes. Como se não bastasse isso temos em Joinville ainda alguns casos que estão sem solução na área de segurança.
Todos vocês sabem da morte de uma menina em uma igreja, na cidade de Joinville, e que foi preso um pedreiro de nome Oscar, que a polícia apresentou como o rapaz que teria feito o estupro e matado a menina dentro igreja.
O problema é que no inquérito todo, deputado Sargento Amauri Soares, sequer a polícia ouviu a médica que atendeu a menina quando esta chegou ao hospital. Não foi encontrada nenhuma gota de sangue e nem de esperma na fralda da menina, que não foi tirada!
Dá para entender isso, deputada Ana Paula Lima? Dá para entender que houve um estupro se a fralda da criança não foi retirada? Se não havia nenhuma gota de sangue, nem de esperma? Fizeram uma reconstituição do crime e esqueceram que no dia o pátio da igreja estava lotado de carros, e na reconstituição fizeram com o pátio vazio!
Para deixar bem claro como está a segurança em Joinville, recebi um e-mail de policiais que garantem, deputado Sargento Amauri Soares, que o churrasquinho que foi mostrado na televisão, feito no presídio, foi uma armação para derrubar as pessoas que estavam à frente da penitenciária e da cadeia pública. Que aquela serra que aparece cortando é a manutenção feita, e que se forem ver nos livros de entrada e saída irão ver que houve, sim, uma manutenção feita numa das alas da cadeia pública. Que as facas mostradas na televisão teriam sido facas da própria cozinha, que são numeradas, entregues no início do dia e retiradas no final da tarde depois de serem feitas as refeições; e que a carne assada ali era realmente assada, porque quem decide qual vai ser a comida é o próprio cozinheiro, que é o presidiário que está lá no meio.
Foi um e-mail que recebi de policiais que trabalham na cadeia pública e que disseram: "Deputado, não foi bem assim que aconteceu o fato, as coisas não são bem assim". E o que fizeram? Fizeram um alarde em Joinville, rapidamente substituíram os responsáveis e disseram: "Agora vamos colocar a casa em ordem". Engana-se quem pensa assim, porque na verdade em Joinville estamos passando por uma situação crítica com relação à segurança. Muito crítica.
E eu quero perguntar aos nobres deputados da base do governo o que eu posso dizer, em Joinville, para os comerciantes que estão me perguntando: "E daí, deputado?" Deputado Cesar Souza Júnior, é complicado darmos uma resposta para esse tipo de pergunta. E eu pergunto para os deputados da base de governo o que vamos dizer sobre a insegurança que Joinville está vivendo. Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)