Pronunciamento

Kennedy Nunes - 072ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 13/09/2007
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sr. presidente, sras. deputadas, srs. deputados, público que nos acompanha pela TVAL e pela Rádio Alesc Digital, colegas de imprensa, catarinenses, estava ouvindo atentamente o discurso do deputado Dirceu Dresch e também estava lendo o que está hoje em destaque nos principais jornais, ou seja, a decisão de ontem do Senado pautou a discussão de hoje em todos os Parlamentos, em todos os veículos de comunicação, com a absolvição de Renan Calheiros.
Nesses últimos dias, do que ouço sobre o que está acontecendo, deputado Dirceu Dresch, acho que se trata de uma questão de ética. Sou jornalista, e temos um código de ética. Na faculdade temos uma cadeira, por um semestre ou dois semestres, especificamente sobre a ética no jornalismo. E o deputado Décio Góes deve ter também o seu código de ética. Em todas as profissões temos um código de ética. E na política, qual é o código de ética? Cada partido tem o seu? São as matérias e as questões que estão no estatuto de cada partido que regem a ética? Ou temos nós, políticos, gestores públicos, algo que esteja como um guarda-chuva sobre todas essas funções e questões pragmáticas que nos regem a ter uma ética diante da atividade ou do exercício das nossas funções?
Preocupados com isso criamos o Movimento Político pela Ética Cristã, que é um movimento suprapartidário. Não estamos querendo puxar para esse ou para aquele partido, o que estamos querendo é fazer uma nova safra de políticos com ética, e não só com a ética ética, mas com a ética cristã. E vou dizer qual é a diferença de ser dessa ética. É o que estamos mostrando nos seminários que estamos fazendo, e já o fizemos em Lages, Chapecó, Rio do Sul, Blumenau. Inclusive, na sexta-feira faremos um seminário em Sombrio, no sábado em Morro da Fumaça e na semana que vem estaremos fazendo em Barra Velha, para a região norte e do planalto norte, e também fizemos aqui, em Florianópolis.
Estamos trazendo à responsabilidade de cada um desses novos agentes políticos a ética cristã baseada em três pilares. O primeiro pilar é sobre o teste da universalidade, aquilo que estou fazendo como político. Devo pensar o seguinte: se todos, não só políticos, mas todos os habitantes de Santa Catarina, fizerem o mesmo que estou fazendo, vai melhorar para todos ou vai ser um caos? Se a resposta for se todos fizerem o que estou fazendo vai ser bom para todo mundo, posso continuar fazendo o que estou fazendo; mas se a resposta for negativa, devo parar de fazer aquilo que estou fazendo.
O segundo teste é o do segredo, ou seja, se o meu segredo político, se for descoberto pela minha família e pela comunidade que estou representando, vai deixá-los envergonhados. Se ficarem envergonhados ao descobrirem o meu segredo político, devo sair, pois não posso continuar.
O terceiro passo é o teste da oração: posso convidar Deus, um Ser Supremo, a participar desse projeto em que vou entrar, a ser sócio disso que vou fazer? Se eu tiver que dizer: "Deus, tu és muito santo, e vou fazer um negocinho aqui, portanto, fique fora que vou fazer agora um acerto político", então, não devo entrar nisso.
A frase que estamos dizendo para essas pessoas que estão fazendo o seminário do Movimento Político pela Ética Cristã, digo mais uma vez, um movimento suprapartidário, é a seguinte: quando nenhum olho de eleitor estiver te vendo, os olhos de Deus estarão te olhando.
Quando começarmos a ter esse respeito, quando começarmos a ter esse cuidado, teremos pessoas que não precisarão de sessões secretas para decidir se cassam ou não o mandato de um senador. Senador este que estaria agora respondendo a mais três processos, envolvido em corrupção, em ações dúbias e escondidas, com relação à atividade de qualquer agente político.
É por isso que estamos acreditando que a sociedade vai ter possibilidades de, em 2008, escolher candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereadores, em todos os municípios de Santa Catarina, dentro dessa filosofia, dentro da ética cristã.
Eu estava conversando com o deputado Peninha e s.exa. disse que um de seus companheiros, lá da terra dele, Ituporanga, fez o nosso seminário e agora, entendendo o conceito do movimento, decidiu sair candidato a vereador pela primeira vez. Acho interessante, deputado Elizeu Mattos, as pessoas participarem do seminário. E temos na Escola do Legislativo um grande parceiro, que explica a função de um vereador. Inclusive, tivemos aqui, no seminário da Grande Florianópolis, a participação de um auditor do Tribunal de Contas, que falou na importância de um vereador na questão da fiscalização das contas do município.
Temos nesse seminário, deputado José Natal, pessoas que não queriam nada com a política, por estarem enojadas, de saco cheio com tudo isso que estamos ouvindo, deputada Ada De Luca. Pessoas que diziam não quererem saber de política e que, depois de fazerem esse seminário, de participarem do Movimento Político pela Ética Cristã, entendendo a razão desse movimento, estão dizendo o seguinte: "Vou participar, quero participar". E participar para quê? Para mudar! Essa pessoa encontrou alguém que fala aquilo que ela acredita que deva acontecer na política. E volto a dizer que quando tivermos agentes públicos que, independentemente da imprensa ou do olho do eleitor, estiver preocupado com o olho daquele que não dorme, que avalia também as suas funções e os seus exercícios de mandato, quando estivermos preocupados perante Deus e não apenas com o eleitor ou à frente das luzes e das câmeras, aí teremos pessoas éticas. E não será preciso o voto secreto, não será preciso comissões parlamentares de inquérito, não será preciso qualquer outra coisa para fazer qualquer tipo de investigação, porque teremos pessoas que terão compromissos com o cidadão, com a função que exercem e, acima de tudo, deputado Serafim Venzon, com Deus, que rege todas as coisas, independentemente do credo religioso.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)