Pronunciamento

JOAO AMIN - 045ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 26/05/2015
O SR. DEPUTADO JOÃO AMIN - Gostaria de dar boa-tarde ao presidente desta sessão, deputado Leonel Pavan e, ao mesmo tempo, de agradecer por ter cedido o tempo do seu partido para que eu pudesse dividir com o deputado Valmir Comin.
Queria cumprimentar as sras. deputadas, os demais srs. deputados, os servidores da Udesc que se encontram aqui na Assembleia Legislativa em busca do justo reajuste salarial.
O projeto está na CCJ, e, como compromisso, já me coloco favorável ao mesmo, tanto na comissão de Constituição e Justiça como no plenário desta Assembleia Legislativa.
Deputado Leonel Pavan, neste momento, assomo à tribuna para manifestar uma grande contrariedade com relação ao anúncio da consulta que o presidente da Casan já formalizou à Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico de Santa Catarina, a Agesan, pedindo autorização para o reajuste de quase 14% na tarifa de água no estado de Santa Catarina.
Os servidores da Udesc, que estão pleiteando menos de 7% apenas do reajuste da inflação, já não vão conseguir compensar esse reajuste na conta da água. E a população de Santa Catarina, bem como a do Brasil, que já sofreu um impacto com o aumento da tarifa da luz e com diversos outros tributos que foram aumentados pelo governo federal, vão somar agora, caso seja autorizado pela agência reguladora, esse reajuste de quase 14% na sua tarifa de água.
Não é o momento certo. O Brasil e também os catarinenses já sofreram um aumento nas contas considerável nos últimos tempos, e não podem arcar com mais esse aumento de tributo. Deputado Darci de Matos, não podemos concordar com isso, independentemente dos investimentos que a Casan venha fazendo.
Se buscarmos os dados do IBGE, Santa Catarina aparece na 16ª colocação entre os estados do país quando o assunto é rede de saneamento básico, com aproximadamente 35.2% dos domicílios atendidos. São dados do Atlas do Saneamento 2011.
Em Florianópolis, por exemplo, 28% das amostras coletadas estão fora dos parâmetros mínimos de qualidade exigidos pela Resolução n. 357, de 2005, do Conama, que regulamenta a matéria.
Essas informações ilustram muito bem algumas das deficiências dos serviços prestados pela Casan e apontam a necessidade de investimentos, sim, não só na infraestrutura, como no capital humano da Casan. Mas não acho que para tanto seja necessário transferir a todos os catarinenses essa conta.
É notório que a atual situação econômica do país é extremamente delicada, e os constantes aumentos que a população tem sido submetida estão além dos níveis aceitáveis.
No caso dos serviços do abastecimento de água e saneamento básico, faz-se necessário, sim, na minha concepção, investimentos com intuito de modernizar os serviços prestados, mas onerar a população para isso, deputado Leonel Pavan, não me parece o melhor caminho neste momento econômico.
Por isso, daqui a pouco, será apreciado pelo Plenário um pedido de informação que aponta três dúvidas essenciais. Quais são as razões que justificam o reajuste de 13.24%? Caso já tenha sido concluída a análise do pedido de reajuste feito pela Casan, qual foi o percentual autorizado? E também peço ainda que seja enviada a esta Assembleia Legislativa cópia do processo administrativo que analisou ou analisará esse reajuste. Se isso for aprovado, o cidadão catarinense é que vai ter que pagar.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)