Pronunciamento

Ismael dos Santos - 109ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 26/11/2014
O SR. DEPUTADO ISMAEL DOS SANTOS - Obrigado, sr. presidente e srs. deputados que estão na Casa e aqueles que nos acompanham.
Eu quero cumprimentar, de forma muito carinhosa, os vereadores que passaram pelo meu gabinete hoje Rogério Medeiros, de Laguna; Tuti, de Timbó, e o vereador Lucas Esmeraldino, de Tubarão, que nos acompanha nesta sessão, como também o secretário da Assistência Social, do município de Blumenau , Valdecir Mengarda, que está acompanhado de técnicos. É uma satisfação rever amigos daquela secretaria, quando por dois anos também comandamos a secretaria municipal da Criança e do Adolescente, em Blumenau.
Sr. presidente e srs. deputados, temos buscado percorrer o estado de Santa Catarina, após as eleições, na chamada Rota da Gratidão, dando palestras, ouvindo a comunidade e conversando com empresários, com trabalhadores e, claro, deputado Neodi Saretta, que a grande pergunta das últimas semanas foi de quem seria o próximo secretário da Fazenda.
Pelo menos nas minhas conversas, deputado Serafim Venzon, pelos municípios por onde passei, essa era a grande indagação. E finalmente a fumaça saiu, o secretário da Fazenda parece-nos que será de fato Joaquim Levi, que irá comandar a pasta, Nelson Barbosa, que ocupará a secretaria do Planejamento, dando-se continuidade a Alexandre Tombini, no Banco Central.
E quando falamos em economia, deputado padre Pedro Baldissera, v.exa. falava aqui do IDH, de questões ligadas ao desenvolvimento humano e social em todo o país, traçando inclusive paralelos com Santa Catarina, é claro que tudo passa pelo viés da economia. Os tempos são outros, expansão do consumo, acesso geral ao crédito, gastança desordenada até recentemente como parte da nossa política econômica, passam a dar lugar a uma perspectiva mais rigorosa nas contas públicas, sobretudo quando vejo esses nomes indicados pela presidente Dilma Rousseff, não há dúvida de que há uma certa, como dizem os técnicos, ortodoxia econômica. Lembro-me dos velhos tempos do curso de Administração e de Economia. Não há dúvida de que há muita coisa a fazer: superávit fiscal; inflação na meta de 4.5; e o câmbio flutuante que vão certamente guiar os eixos deste novo comando da economia brasileira.
E ao cidadão comum essa é a pergunta que nos fazem não é? Como fazer para rearrumar o orçamento de 2015 e dar credibilidade, transparência a economia brasileira e aos investidores? É claro que isso é uma tarefa hercúlea, enorme. Uma tarefa para superdotados.
Eu estava acompanhando a coluna do jornalista Galdêncio Torquato, que traz algumas coisas interessantes sobre esses nomes, que rapidamente eu abro para as discussões nessa tarde, como por exemplo:
(Passa a ler.)
"A nomeação do Joaquim Levy para o ministério da Fazenda significa o fim do que se chamou de nova matriz econômica, dos governos petistas, representada por expansão fiscal, redução dos juros e câmbio desvalorizado de forma artificial. Está claro que isso não funcionou muito bem, mas pelo menos a presidente Dilma se convenceu, acho que teve tempo aí depois das eleições para refletir e resolveu mudar, mesmo contrariando setores importantes do Partido dos Trabalhadores.
E a primeira tarefa, sem dúvida, para esses novos comandantes da economia brasileira será a de tornar viável a política fiscal para 2015, pois cortar gastos é sempre impopular. Mas o governo não tem saída se quiser controlar suas contas. Há algumas medidas na da mira, como: aumento do número de meses trabalhados para pagamento de abono salarial; a realização do curso de qualificação logo nos primeiros pedidos de seguro desemprego e o aumento de contribuição para ter acesso à pensão por morte.
O Joaquim Levy é do ramo. Foi secretário do tesouro no governo Lula e controlava o cofre do governo com mãos de ferro, mas não servia aos interesses de outro grupo da equipe econômica da época do ex-presidente, que queria desengavetar projetos, ampliar investimentos e programas sociais. E o líder desse grupo na época era a presidente Dilma Rousseff, nomeada ministra da Casa Civil, o resultado foi que Guido Mantega substituiu Antônio Palocci, que desembarcou do governo junto com seu secretário do Tesouro, Joaquim Levy, em 2006, e que agora sobe para ser o novo ministro da Fazenda.
Vi também o currículo de Nelson Barbosa, que é PhD em economia, pela New School, de Nova York e que alongou seu perfil nos governos do PT. Começou em 2003, como chefe-adjunto da assessoria econômica do Planejamento na gestão Guido Mantega. Foi apeado do governo como secretário executivo do Ministério da Fazenda em maio de 2013 na gestão de Guido Mantega e agora sobe novamente para um espaço mais alto.
Ele defendia na época transparência nas contas públicas, mesmo se bater de frente com os defensores da contabilidade criativa. Para ele, tudo bem com o superávit primário mais enxuto, desde que feito de forma gradual e às claras.
E o outro convocado para comandar a economia do país, Alexandre Tombini, já mais conhecido de todos nós, assumiu a presidência do Banco Central há quatro anos com a missão de domar a inflação que ultrapassou o teto da meta 6.5% e que continua em sua trajetória para o alto. Funcionário de carreira, com sólida formação econômica e agora com dois nomes de peso na condução da política econômica, as possibilidades de sucesso são maiores, talvez não em curto prazo."
Mas o que de fato fica de todas essas colocações e desta rápida ilação que faço no tempo do PSD, nesta tarde, é que olhando para o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, certos gastos frouxos acabaram também atrapalhando um pouquinho a economia do país e com outra ironia.
Se novos rumos derem certos e se a rota da fortuna voltar a funcionar com receituário da direita, o PT pode afastar o seu caminho rumo ao projeto de se manter no poder, balançando do socialismo para o liberalismo, e aí eu lembro um velho ditado: Dinheiro não tem ideologia! Já dizia François Mitterand, na década de 80: "Socialismo é como violino, toma-se com a esquerda e toca-se com a direita." Sei que o comandante, deputado Sargento Amauri Soares, não concorda, mas foi o Mitterand quem disse. Vamos ver no que dá.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)