Pronunciamento
Ismael dos Santos - 073ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 04/09/2008
O SR. DEPUTADO ISMAEL DOS SANTOS - Sr. presidente, cumprimentando-o cumprimento os srs. deputados, os nossos ouvintes da Rádio Alesc Digital e os nossos telespectadores da TVAL. Quero dizer, deputado Pedro Uczai, que nossa manifestação nesta manhã é também na perspectiva das eleições que se aproximam, mas não pelo viés da política partidária.
Aliás, um conceito essencial à democracia reside no direito de votar e de ser votado, e nas próximas eleições 130 milhões de brasileiros estarão aptos a expressar a sua vontade nas urnas. Em quem vamos votar? De fato não se pode deter a marcha da história, deputado Carlão, e é melhor conduzi-la! Conduzi-la buscando selecionar os atores, selecionar aqueles que poderão construir o nosso futuro. É muito melhor fazer isso do que ficar à margem da história, à beira do caminho, à margem do processo onde quase sempre se é atropelado.
É claro que quando se aproximam as eleições, em especial as eleições municipais para prefeito e vereadores, surge a velha indagação: em quem vamos votar? E é claro que precisamos votar em gente comprometida com os índices sociais, com os índices econômicos, com o financiamento das políticas públicas, com a participação popular nos destinos dos nossos municípios, com o gerenciamento da máquina estatal, enfim, com o desenvolvimento sustentável.
Eu escrevia recentemente um artigo para o jornal que nos solicitava uma reflexão sobre o governo local e as eleições, e eu concluía esse artigo com a seguinte afirmação:
(Passa a ler.)
"Toda cidade possui uma biografia, qualquer que seja o seu nascimento, as suas tradições, a sua economia, os seus edifícios, a sua topografia rural ou urbana. A perplexidade gerada por tais contradições pode se configurar em dois caminhos opostos. Uma armadilha para os ingênuos que se perdem nos labirintos das promessas mirabolantes, ou o que esperamos, um farol que lança luzes para quem se dispõe a ser gestor de um novo tempo."
E concluía o artigo para aquele jornal dizendo o seguinte:
"Os primeiros tramam a morte da democracia! Que sejam banidos, mas os que trafegam na estrada da ética, da seriedade, e da competência merecem os nossos aplausos e o nosso voto".
Lembro-me de uma história e quero aplicá-la ao processo eletivo dos próximos dias. Há muito tempo havia numa pequena vila, deputado Pedro Uczai, um homem muito sábio, um idoso, que era aplaudido pelas multidões e dito como um homem efetivamente ético e inteligente.
Mas havia também nessa vila um rapaz, um garoto muito rebelde que sempre invejava a posição e o título conquistado por aquele homem sábio e idoso. Certo dia, deputado Elizeu Mattos, esse rapaz que queria ser mais sábio do que o velho sábio da vila, fez uma proposta. Ele tomou de um passarinho e levou até a casa desse sábio, bateu à porta da casa, e quando aquele sábio veio atendê-lo, ele, com o passarinho em suas mãos, escondidas em suas costas, pensava consigo, hoje eu vou suplantar a sabedoria desse sábio. Eu vou perguntar para o sábio se esse pássaro que eu tenho em minhas mãos está vivo ou está morto. E pensava o garoto consigo, se o velho disser que este pássaro está vivo, eu estrangulo o seu pescoço e mostro o passarinho morto, mas se ele disser que o passarinho está morto, eu abro as mãos e o passarinho sai voando. Não há como esse homem suplantar a minha sabedoria hoje, e eu vou me tornar um garoto muito sábio nesta vila.
E com esta intenção ele bateu à porta daquele velho sábio. E quando o cidadão, já de cabelos brancos, veio atendê-lo, deputado Carlão, aquele velho perguntou para o menino o que ele desejava. Então ele falou: eu tenho um passarinho comigo, nas minhas costas, em minhas mãos e desejo perguntar ao senhor se esse passarinho está morto ou vivo.
E aquele homem, do alto da sua sapiência, olhou para aquele menino e simplesmente disse: rapaz, se esse pássaro que você tem às mãos está vivo ou está morto, depende de você.
O que eu quero dizer com isso? As eleições do próximo dia 05 de outubro estão em nossas mãos. Deputado Elizeu Mattos, em quatro segundos nós vamos decidir quatro anos de administração em nossos municípios. Então, quero convocar todo cidadão catarinense, o meu dileto ouvinte da Rádio Alesc, os nossos telespectadores da TVAL para uma reflexão antes de ir às urnas. Pergunte o que o candidato já fez pela população, qual é a sua ficha, a sua caminhada, o seu trabalho comunitário, qual é o seu compromisso, efetivamente, com a sua cidade, porque senão não há como mudar os destinos da nossa nação.
E concluo com um velho provérbio que eu gosto de sempre referenciar quando falo sobre cidadania: "Para que os maus governem basta que os bons cruzem os braços."
O Sr. Deputado Carlos Hoegen - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO ISMAEL DOS SANTOS - Pois não!
O Sr. Deputado Carlos Hoegen - Deputado Ismael dos Santos, quero parabenizá-lo pela manifestação com sabedoria, com cuidado e acima de tudo fazendo com que o telespectador da TVAL, o ouvinte da Rádio Alesc Digital, o cidadão que acompanha o trabalho aqui na Assembléia Legislativa possa efetivamente fazer essa reflexão e contribuir para a democracia.
Esse é um momento ímpar! A democracia nos oferece uma oportunidade fabulosa de sermos iguais, deputado Ismael dos Santos. Quando o pobre e o rico se equivalem, o mais velho e o mais jovem, quando todos se equivalem e quando todos são tratados da mesma forma. Acho que é o único momento, pelo menos aqui no nosso Brasil, em que todos têm o mesmo valor, que é o momento do voto. Quando o cidadão vai à Justiça buscar o seu direito, dependendo da qualificação do seu advogado, talvez saia o tamanho da pena ou até mesmo a sua absolvição ou condenação. Ele mora, trabalha, vive dependendo, inclusive, da sua condição financeira, do seu intelecto, da forma como foi criado, do berço em que nasceu, mas nesse momento, no momento do voto, no momento em que a democracia nos dá uma oportunidade ímpar, se confirma aquilo que é, efetivamente, o ser humano. É o ser humano igual, filho de um mesmo Pai, que é o nosso grande Criador, tendo uma oportunidade de se igualar, naqueles quatro segundos que v.exa. citou, que é o momento de definir quem vai governar o nosso município, quem vai legislar em favor da nossa gente, quem vai estar neste ou naquele Parlamento.
Parabéns pelo discurso, pela sua manifestação. V.Exa. mostra, mais uma vez, que é um cidadão preparado para estar neste Parlamento e com conhecimento e cuidado faz um manifesto desse, pedindo que a população catarinense se concentre, de maneira muito especial, naqueles quatro segundos.
Muito obrigado!
O Sr. Deputado Elizeu Mattos - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO ISMAEL DOS SANTOS - Pois não!
O Sr. Deputado Elizeu Mattos - Quero cumprimentá-lo pelo pronunciamento, pela facilidade de falar que v.exa. tem, um discurso bom, gostoso de escutar e que sempre nos ensina bastante.
Vejo no seu pronunciamento a preocupação com o voto, porque na verdade muitas vezes não nos damos conta, mas a única coisa que existe igualmente neste país é o voto. O voto do branco, do preto, da mulher, do homem, do mais velho, do mais novo. A única ação igual que nós temos, e talvez não a estejamos valorizando. Às vezes nós vendemos essa igualdade, esse ato ímpar de votar, e somos culpados por isso.
Esse alerta é bastante importante nesta sessão de hoje para os nossos eleitores catarinenses.
O SR. DEPUTADO ISMAEL DOS SANTOS - Obrigado deputado Elizeu Mattos e viva a democracia!
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Aliás, um conceito essencial à democracia reside no direito de votar e de ser votado, e nas próximas eleições 130 milhões de brasileiros estarão aptos a expressar a sua vontade nas urnas. Em quem vamos votar? De fato não se pode deter a marcha da história, deputado Carlão, e é melhor conduzi-la! Conduzi-la buscando selecionar os atores, selecionar aqueles que poderão construir o nosso futuro. É muito melhor fazer isso do que ficar à margem da história, à beira do caminho, à margem do processo onde quase sempre se é atropelado.
É claro que quando se aproximam as eleições, em especial as eleições municipais para prefeito e vereadores, surge a velha indagação: em quem vamos votar? E é claro que precisamos votar em gente comprometida com os índices sociais, com os índices econômicos, com o financiamento das políticas públicas, com a participação popular nos destinos dos nossos municípios, com o gerenciamento da máquina estatal, enfim, com o desenvolvimento sustentável.
Eu escrevia recentemente um artigo para o jornal que nos solicitava uma reflexão sobre o governo local e as eleições, e eu concluía esse artigo com a seguinte afirmação:
(Passa a ler.)
"Toda cidade possui uma biografia, qualquer que seja o seu nascimento, as suas tradições, a sua economia, os seus edifícios, a sua topografia rural ou urbana. A perplexidade gerada por tais contradições pode se configurar em dois caminhos opostos. Uma armadilha para os ingênuos que se perdem nos labirintos das promessas mirabolantes, ou o que esperamos, um farol que lança luzes para quem se dispõe a ser gestor de um novo tempo."
E concluía o artigo para aquele jornal dizendo o seguinte:
"Os primeiros tramam a morte da democracia! Que sejam banidos, mas os que trafegam na estrada da ética, da seriedade, e da competência merecem os nossos aplausos e o nosso voto".
Lembro-me de uma história e quero aplicá-la ao processo eletivo dos próximos dias. Há muito tempo havia numa pequena vila, deputado Pedro Uczai, um homem muito sábio, um idoso, que era aplaudido pelas multidões e dito como um homem efetivamente ético e inteligente.
Mas havia também nessa vila um rapaz, um garoto muito rebelde que sempre invejava a posição e o título conquistado por aquele homem sábio e idoso. Certo dia, deputado Elizeu Mattos, esse rapaz que queria ser mais sábio do que o velho sábio da vila, fez uma proposta. Ele tomou de um passarinho e levou até a casa desse sábio, bateu à porta da casa, e quando aquele sábio veio atendê-lo, ele, com o passarinho em suas mãos, escondidas em suas costas, pensava consigo, hoje eu vou suplantar a sabedoria desse sábio. Eu vou perguntar para o sábio se esse pássaro que eu tenho em minhas mãos está vivo ou está morto. E pensava o garoto consigo, se o velho disser que este pássaro está vivo, eu estrangulo o seu pescoço e mostro o passarinho morto, mas se ele disser que o passarinho está morto, eu abro as mãos e o passarinho sai voando. Não há como esse homem suplantar a minha sabedoria hoje, e eu vou me tornar um garoto muito sábio nesta vila.
E com esta intenção ele bateu à porta daquele velho sábio. E quando o cidadão, já de cabelos brancos, veio atendê-lo, deputado Carlão, aquele velho perguntou para o menino o que ele desejava. Então ele falou: eu tenho um passarinho comigo, nas minhas costas, em minhas mãos e desejo perguntar ao senhor se esse passarinho está morto ou vivo.
E aquele homem, do alto da sua sapiência, olhou para aquele menino e simplesmente disse: rapaz, se esse pássaro que você tem às mãos está vivo ou está morto, depende de você.
O que eu quero dizer com isso? As eleições do próximo dia 05 de outubro estão em nossas mãos. Deputado Elizeu Mattos, em quatro segundos nós vamos decidir quatro anos de administração em nossos municípios. Então, quero convocar todo cidadão catarinense, o meu dileto ouvinte da Rádio Alesc, os nossos telespectadores da TVAL para uma reflexão antes de ir às urnas. Pergunte o que o candidato já fez pela população, qual é a sua ficha, a sua caminhada, o seu trabalho comunitário, qual é o seu compromisso, efetivamente, com a sua cidade, porque senão não há como mudar os destinos da nossa nação.
E concluo com um velho provérbio que eu gosto de sempre referenciar quando falo sobre cidadania: "Para que os maus governem basta que os bons cruzem os braços."
O Sr. Deputado Carlos Hoegen - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO ISMAEL DOS SANTOS - Pois não!
O Sr. Deputado Carlos Hoegen - Deputado Ismael dos Santos, quero parabenizá-lo pela manifestação com sabedoria, com cuidado e acima de tudo fazendo com que o telespectador da TVAL, o ouvinte da Rádio Alesc Digital, o cidadão que acompanha o trabalho aqui na Assembléia Legislativa possa efetivamente fazer essa reflexão e contribuir para a democracia.
Esse é um momento ímpar! A democracia nos oferece uma oportunidade fabulosa de sermos iguais, deputado Ismael dos Santos. Quando o pobre e o rico se equivalem, o mais velho e o mais jovem, quando todos se equivalem e quando todos são tratados da mesma forma. Acho que é o único momento, pelo menos aqui no nosso Brasil, em que todos têm o mesmo valor, que é o momento do voto. Quando o cidadão vai à Justiça buscar o seu direito, dependendo da qualificação do seu advogado, talvez saia o tamanho da pena ou até mesmo a sua absolvição ou condenação. Ele mora, trabalha, vive dependendo, inclusive, da sua condição financeira, do seu intelecto, da forma como foi criado, do berço em que nasceu, mas nesse momento, no momento do voto, no momento em que a democracia nos dá uma oportunidade ímpar, se confirma aquilo que é, efetivamente, o ser humano. É o ser humano igual, filho de um mesmo Pai, que é o nosso grande Criador, tendo uma oportunidade de se igualar, naqueles quatro segundos que v.exa. citou, que é o momento de definir quem vai governar o nosso município, quem vai legislar em favor da nossa gente, quem vai estar neste ou naquele Parlamento.
Parabéns pelo discurso, pela sua manifestação. V.Exa. mostra, mais uma vez, que é um cidadão preparado para estar neste Parlamento e com conhecimento e cuidado faz um manifesto desse, pedindo que a população catarinense se concentre, de maneira muito especial, naqueles quatro segundos.
Muito obrigado!
O Sr. Deputado Elizeu Mattos - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO ISMAEL DOS SANTOS - Pois não!
O Sr. Deputado Elizeu Mattos - Quero cumprimentá-lo pelo pronunciamento, pela facilidade de falar que v.exa. tem, um discurso bom, gostoso de escutar e que sempre nos ensina bastante.
Vejo no seu pronunciamento a preocupação com o voto, porque na verdade muitas vezes não nos damos conta, mas a única coisa que existe igualmente neste país é o voto. O voto do branco, do preto, da mulher, do homem, do mais velho, do mais novo. A única ação igual que nós temos, e talvez não a estejamos valorizando. Às vezes nós vendemos essa igualdade, esse ato ímpar de votar, e somos culpados por isso.
Esse alerta é bastante importante nesta sessão de hoje para os nossos eleitores catarinenses.
O SR. DEPUTADO ISMAEL DOS SANTOS - Obrigado deputado Elizeu Mattos e viva a democracia!
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)