Pronunciamento

Dr Vicente - 045ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 26/05/2015
O SR. DEPUTADO VICENTE CAROPRESO - Sr. presidente e srs. deputados, faço duas comunicações importantes sobre nosso estado. Há mais de dois meses estamos assistindo a greve dos professores do estado, que fazem suas justas reivindicações. Essa atitude tem consequência na vida das crianças, que perdem o ensinamento, e algumas inclusive perdem o carinho, a atenção e a reposição de energias que recebem com a alimentação correta nos colégios.
No Brasil estamos acostumados a esse tipo de situação, em que impasses sucedem-se. Os dias passam e vemos comprometido, já, o calendário escolar deste ano. Temos a previsão de que isso vá avançar pelo próximo ano, impactando na vida de alguns alunos que querem prestar o vestibular. Quando vemos, pela imprensa, que a questão chegou à Justiça, nós ficamos contentes, mas, ao mesmo tempo, ficamos tristes e preocupados com essa rotina. A Justiça deveria automaticamente tomar para si o impasse quando as duas partes acabam não resolvendo a questão e trazendo repercussões graves na vida da população do país, do estado e neste caso das crianças que precisam de mais atenção.
O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, José Carlos Eloy Martins, membro da comissão estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, enviou-me um manifesto para que eu fizesse uma exposição neste plenário, levando essa preocupação ao governo do estado, ao comando de greve e, acima de tudo, agora, à Justiça, no caso ao desembargador Jorge Luiz de Borba, que está para resolver essa situação que penaliza, sobretudo, a criança e o adolescente.
Por outro lado, também venho comentar algo que se vem repetindo. Eu moro perto de Jaraguá do Sul há 30 anos, numa cidade chamada Pomerode, calma, pacata, onde não acontece nada, terra de alemão. Mas isso mudou, pois o crime organizado vem entrando nas cidades teoricamente fáceis para se fazer pequenos assaltos e furtos. Enfim, o crime organizado, através dessa praga chamada droga, está entrando em Santa Catarina de maneira firme e sem o controle por parte da nossa polícia, já que o nosso contingente é apenas reposto, e em algumas regiões nem isso acontece.
O ideal seria um policial para 400 habitantes. Em Santa Catarina há um policial para 780 habitantes. Na região onde moro, no vale do Itapocu, são 1.185 habitantes para um policial. E em Pomerode são 1.680 pessoas para cada policial. Há uma defasagem grande, e isso inspira as pessoas do crime organizado a fazerem o que bem entendem. Ontem foi um dia de correria em Jaraguá do Sul, com caixa de banco estourado, agência lotérica arrombada. Adentraram em regiões densamente povoadas, houve tiroteios. E esse acaba sendo o dia a dia em cidades teoricamente privilegiadas em termos de educação e de IDH.
Mas o crime organizado contabiliza e sabe quantos policiais há nas regiões. Então, alguma coisa precisa ser feita com relação à reposição dos policiais neste estado. E essa não é uma reivindicação apenas deste deputado, pois todos os dias isso é colocado neste plenário. Tomara que esse discurso chegue aos ouvidos de quem é de direito para que seja resolvida essa situação.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)