Pronunciamento

Ada De Luca - 036ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 09/05/2007
A SRA. DEPUTADA ADA DE LUCA - Sr. presidente, srs. deputados, sras. deputadas, visitantes, telespectadores da TVAL e ouvintes da Rádio Alesc Digital, muitos são os temas que eu poderia falar aqui, hoje: jardim botânico de Florianópolis, Operação Moeda Verde ou mesmo audiência pública realizada esta semana para tratar da violência nas instituições de ensino.
Talvez muitos de v.exas. achem o discurso que vou fazer, hoje, meio balela, mas se colocarem a mão na consciência, na razão e no coração, tenho certeza de que não vão pensar isso.
(Passa a ler.)
"Peço licença aos meus colegas para, nesta oportunidade, prestar uma homenagem às mães, uma vez que no próximo domingo será comemorado o dia da mãe, que é mulher. Esta data para mim, mulher, mãe e avó, é muito significativa.
A natureza feminina tem particularidades que nos diferenciam dos homens. A maior e mais importante delas pode ser considerada um dom, um presente de Deus para a mulher: o privilégio da maternidade. Mas, além desta dádiva, está uma atribuição pós-gestação. A nossa responsabilidade materna supera a geração da vida. Percorre os nobres caminhos da formação e da educação de indivíduos.
Não acima, mas paralela à relação afetiva indissolúvel entre mãe e filho, está a formação da essência humana, no que se refere a valores, ao caráter e até a formação política. E quando falo em formação política, não falo de questões partidárias que dividem a sociedade em corrente "a" ou "b". Refiro-me à orientação que constitui os princípios básicos da civilidade e da cidadania.
Sei que a múltipla jornada das mães, que muitas vezes sustentam a família, é sacrificante. Também é verdadeiro que os milhões de mães do nosso Brasil não têm as mesmas condições de dignidade e de vida dos países do primeiro mundo. Muitas vivem na miséria, na indiferença, são agredidas, estupradas, humilhadas, e essas, neste dia, devem ser lembradas como centro da luta dos homens e mulheres que desejam ver este mundo melhor.
Porém, mesmo diante das inúmeras dificuldades do dia-a-dia, nós, mães, temos um papel fundamental: somos agentes de mudanças.
Quando se diz para um filho: "Ele te bateu? Então, bate nele também"! Não se está incitando a cultura da violência? Do bateu, levou? Quando se diz para um filho: "Menino, não chora! Menino, não brinca de casinha"! Não se está criando uma consciência machista?
Cada palavra, cada ação de uma mãe diante de seu filho implica em um resultado, que pode ser positivo e negativo. O filho amado leva em si a misteriosa vontade de sair do próprio egoísmo e de experimentar a alegria de amar os outros com gratuidade.
Basicamente, depende de nós, mães, se teremos uma sociedade pacífica ou violenta, machista ou igualitária, preconceituosa ou livre de fobias, justa ou parcial, de caráter refinado ou inescrupulosa, crítica ou apática, essencial ou supérflua, familiar ou sem rumo.
Nossa tarefa na instrução dos indivíduos que criamos é nutrir a educação com amor, humildade, esperança, dignidade, fé e confiança.
Educar é formar a inteligência e o espírito; é ensinar a refletir sobre o mundo onde se vive e a exercitar mudanças.
Faço essas ponderações para que nós, mães, lembremos que, por menos tempo que tenhamos hoje em dia, ainda somos um espelho para os nossos filhos, uma referência fundamental, e para que analisemos se estamos no caminho certo nessa tarefa."
Eu proponho a todas as mães de Santa Catarina que façam uma reflexão sobre todos os seus atos. Proponho que o Dia das Mães não seja só um almoço comemorativo de festas passageiras. Devemos resgatar a prática diária daquela que talvez tenha sido o símbolo da nossa educação, da nossa criação e dos nossos ensinamentos básicos.
E aí não conclamo só as mães, só as mulheres para fazer essa meditação; eu conclamo todos os homens também para que nós possamos fazer uma Santa Catarina e um mundo mais justo, mais humano e igualitário.
(Continua lendo.)
"Encerro citando o nobre e celebre Paulo Freire, o grande educador que diz 'A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem'.
Feliz Dia das Mães a todas as mães batalhadoras e heróicas que este estado tem!".
O Sr. Deputado Manoel Mota - V.Exa. me concede um aparte?
A Sra. Deputada Ada De Luca - Pois não! Ouço v.exa., eminente líder e grande companheiro.
O Sr. Deputado Manoel Mota - Quero cumprimentá-la, deputada Ada De Luca. V.Exa. tem toda razão, levantou um tema que eu considero um dos mais importantes do mundo, e não apenas do estado, que é a questão do Dia das Mães.
As Mães têm coração para ouvir, para chorar e para deixar as pessoas chorarem, reclamarem; elas têm o conforto para fazer tudo isso. Por isso a importância de comemorar este dia que celebra o reconhecimento do valor da mulher brasileira, catarinense, da mulher que é o conforto, o direito e que é a vida, porque sem ela ninguém estaria aqui.
Então, quero cumprimentá-la, deputada Ada De Luca, por abordar esse tema tão importante e pela lembrança deste dia memorável, que é o Dia das Mães.
Não tenho mais a minha mãe, só tenho muita saudade, mas quero comemorar com a minha esposa, que é mãe e que, com certeza, irá me dar o conforto da minha que já partiu.
Parabéns, deputada!
A SRA. DEPUTADA ADA DE LUCA - Muito obrigada, deputado Manoel Mota.
Desejo um feliz dia das mães a todas as mães de Santa Catarina, mais uma vez!
Muito obrigada!
(SEM REVISÃO DA ORADORA)