Pronunciamento

José Milton Scheffer - 021ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 29/03/2011
O SR. DEPUTADO JOSÉ MILTON SCHEFFER - Sr. presidente, quero, inicialmente, registrar a presença, nesta Casa, dos empresários Janio Margutti e João Batista Freitas Coelho, de Sombrio.
Também quero registrar a presença neste plenário do suplente de vereador, Fernando da Silva, que é da lagoa da Conceição.
Sr. presidente, gostaria de trazer a esta tribuna uma grande preocupação com o desenvolvimento regional do sul do estado. A coluna Pelo Estado, que é produzida pelos jornais diários do interior, trouxe, na última semana, uma série de valores, de citações de investimentos que estão acontecendo e que são projetados por grandes empresas que se estão instalando e ampliando no estado.
Cito, como exemplo, a Siemens, que irá investir em Joinville R$ 30 milhões; a GM fará um investimento de mais R$ 350 milhões também em Joinville; Lages vai receber uma grande empresa de call center, além de outras que irão gerar mais de 300 novos empregos. Também em Lages será instalada uma fábrica com nova tecnologia na produção de lâmpadas, o que vai gerar mais de 100 novos empregos. A Randon está projetando grandes investimentos em Santa Catarina e a Rigesa, que já foi citada aqui pelo deputado Antônio Aguiar, está fazendo grandes investimentos no norte do estado e no planalto norte.
Segundo dados da secretaria da Fazenda, somente em 2010 92 empresas buscaram informações para iniciar atividades em Santa Catarina, resultando, por enquanto, em investimentos em torno de R$ 3 bilhões e mais de 12 mil empregos diretos. Até março de 2011 já temos 87 novos processos de empresas que estão candidatando-se a instalar-se em nosso estado, segundo dados do Pró-Emprego, indicando que nos próximos anos a economia catarinense deve sofrer um novo ciclo de crescimento e diversificação de suas fontes.
A preocupação que fica para quem é do sul do estado, de Criciúma, de Tubarão e de Araranguá, é que não há nenhuma notícia sobre investimentos para a nossa região. As últimas foram a fábrica da Votorantin, localizada em Imbituba, que está sendo construída, e Aliance, que é uma fumageira que será inaugurada amanhã, em Araranguá, que não poderá operar com toda a sua capacidade.
É claro que a economia do sul cresce e as empresas já estabelecidas ampliam o seu trabalho, o número de empregos, mas nada comparado com o impacto que a General Motors, que a Siemens e outras empresas provocam na economia de uma região, com novas tecnologias e com dinheiro novo circulando.
O que falta no sul, para que também possa receber esses investimentos, é logística, é infraestrutura. Vejam bem o que está acontecendo com a BR-101/sul, são mais de 20 anos de luta; a demora das obras no porto de Imbituba, pois somente agora estão saindo do papel; a demora na construção do aeroporto de Jaguaruna, pois já lá se vão mais de dez anos e ele ainda não está pronto.
Então, tudo isso tem atrasado, e muito, o desenvolvimento do sul estado. Cidades como Sombrio, Turvo, Meleiro ainda não são atendidas por rede de gás. De Criciúma para baixo, a pequena oferta de energia elétrica tem impedido que grandes empresas lá se instalem. Mas o que faz a Celesc? Nada! Já há indústrias trabalhando meio período por falta de energia elétrica.
Falta uma política bem feita para atrair investimentos para a nossa região. Isso é meio caminho andado. Precisamos que o governo do estado e o governo federal olhem para o sul de Santa Catarina com novos olhos. Precisamos recuperar o nosso Índice de Desenvolvimento Econômico e também o desenvolvimento social da nossa população. O nosso povo precisa e merece novos investimentos, porque não é justo que cidades deixem de receber novas empresas por falta de oferta de energia elétrica. O povo tem competência, temos um povo talentoso e trabalhador, mas a infraestrutura tem-nos deixado para trás na escala do desenvolvimento do estado.
Gostaria, no dia de hoje, de somar esforços com as associações empresariais, como a Aciva, dirigida pelo presidente Cláudio Damo; como a Acit, presidida por Eduardo Silvério Nunes, de Tubarão; como a Associação Empresarial de Criciúma, presidida por Olvacir Fontana, para chamar a atenção do governo do estado e também do governo federal para a morosidade nas obras de infraestrutura e para que direcionem novas empresas para o sul do estado, para que não haja um novo ciclo de desenvolvimento em outras regiões, ficando a nossa região para trás mais uma vez. O nosso povo, a nossa região quer e precisa de um novo olhar; precisamos que o governo do estado olhe para nós como um novo potencial a ser desenvolvido e que as nossas obras saiam do papel e sejam executadas com maior rapidez, ou seja, na mesma velocidade que acontece em outras regiões.
Não é justo que o povo pague a conta pela falta de preparo, de prioridade dos governos de Santa Catarina. Tivemos um atraso nos últimos oito anos e temos a grande expectativa de recuperar esses investimentos agora, com o governador Raimundo Colombo e também com o vice-governador Eduardo Pinho Moreira.
A nossa grande expectativa é sermos prioridade nos próximos anos em termos de investimento, visando a geração de empregos e a instalação de novas empresas no sul de Santa Catarina.
Agradeço, sr. presidente, a oportunidade e agradeço a todos pela audiência!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)