Pronunciamento
Dirceu Dresch - 024ª SESSÃO ORDINÁRIA
Em 01/04/2015
O SR. DEPUTADO DIRCEU DRESCH - Sr. presidente, srs. deputados, companheiros e companheiras da educação que lutam por seu direito. Quero reafirmar que a nossa posição é o que foi aprovado ontem na CCJ, ou seja, que o estado volte a discutir a política da educação e retire a medida provisória deste Parlamento imediatamente. Essa é a posição muito clara deste deputado. Somos favoráveis a que o governo retire a medida provisória e volte a discutir a política da educação com o sindicato e os representantes da categoria.
Quero também abordar um tema tratado já pelo deputado Fernando Coruja e pego duas grandes linhas do debate que ocorre no país com respeito à crise, a primeira é a ótica dos trabalhadores e a segunda, a das grandes empresas. E vou usar, inclusive, o posicionamento de uma empresa que acaba de se instalar em Santa Catarina, a empresa automotiva BMW, que inaugurou sua fábrica em Araquari em março, investindo R$ 700 milhões. E justamente no dia da inauguração elaborou um documento falando sobre o Brasil e o porquê da sua instalação neste país.
Um trecho do documento diz o seguinte:
(Passa a ler.)
"[...]
Ultimamente, parece que está na moda questionar a capacidade do Brasil. A capacidade do país de realizar, de crescer, de ser grande, de ser o país que todo mundo espera e precisa.
Permitam-nos discordar inteiramente dessa percepção. Para nós o Brasil é um BMW. Poucos países no mundo cresceram como este. Cresceram em riqueza, cresceram em possibilidades, em autoafirmação e em plena liberdade democrática. Nenhum país no mundo pode escolher um caminho que não passe pelo Brasil. Se alguns duvidam do Brasil, nós investimos 200 milhões aqui.
O Brasil não se compara a nenhum outro. Seu estilo não tem igual no mundo. E breve, muito breve, ele vai ultrapassar e deixar para trás, falando sozinhos, os que há pouco duvidavam da sua capacidade."[sic]
Essa é a opinião de uma empresa estrangeira que colocou R$ 700 milhões no Brasil, que apostou e construiu uma grande fábrica de carros no nosso país.
Na mesma linha da direção da BMW, Marcel Telles, da Ambev, maior grupo de cerveja do mundo, em reportagem na revista Época Negócio desta semana afirmou: "Sempre tivemos uma visão de que o Brasil é pra cima, vai subir sempre em linha ascendente. Para nós, a prioridade é o Brasil e os Estados Unidos. Eu sou animado com o Brasil".
Na mesma entrevista, Roberto Setúbal, do Itaú, afirmou o seguinte: "Eu concordo, no curto prazo o momento parece um pouco difícil. Mas o país, ainda que tenha flutuações temporárias (reflexo da crise mundial), aponta pra cima".
(Passa a ler.)
"Hoje, sras. deputadas e srs. deputados, li nos jornais o anúncio da construção do Terminal Graneleiro da Babitonga, que vai aplicar R$ 600 milhões em São Francisco do Sul. E tem gente pregando o caos.
Na semana passada, representantes de duas das mais respeitadas agências de risco estiveram no Brasil. Saíram daqui apontando que a direção do segundo governo da presidenta Dilma Rousseff é correta. E mantiveram o Brasil como bom pagador e na condição de grau de investimento.
Para aqueles que propagam o falso caos e são idealistas do quanto pior melhor, todas essas informações que se tem são um balde de água fria, mas é a realidade. O Brasil cresceu em distribuição de renda, em geração de riquezas e seguirá assim apesar das turbulências econômicas previstas para 2015.
Tem gente que se agarra nas falácias de meias verdades, propaganda sem profundidade por setores da imprensa para esquecer que o Brasil está conectado ao resto da economia mundial, onde os preços das comodities como a soja, minérios etc., principais produtos da nossa pauta de exportação, despencaram no mercado mundial. Gigantes como a China desaceleraram e o petróleo desvalorizou 50% dentro de uma estratégia da Opep que visa encarecer a produção de gás de xisto no continente americano e enfraquecer a economia de países como a Venezuela.
O dólar valorizou, mas a nossa moeda, o real, manteve sua paridade com o euro, o que mostra que o efeito do dólar é mundial, e a estabilidade econômica é compartilhada com outras nações.
Para aqueles que estavam rezando para São Pedro implorando para que não chovesse no Brasil, o anúncio da agência Morgan, que considera cada vez mais remoto o risco de racionamento de energia do país, deve causar uma crise de caráter.
Sabemos que aqui mesmo neste plenário tem gente torcendo para que a Petrobras ande para trás e leve consigo a indústria nacional. E por quê? Para o Brasil parar e o desemprego crescer. Para essas pessoas os números que mostram o aumento da produção de petróleo pela nossa maior estatal causam náuseas e depressão.
Pergunto: o que querem essas pessoas que pregam o caos diante de um Brasil que quer crescer? Respondo: eles querem a deterioração das condições econômicas para fomentar o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Não estão preocupadas com o povo, com a nossa nação. Elas querem passar por cima da democracia e da verdade, forjando uma realidade que não fecha com o cenário que o Brasil empreendedor vivencia.
Como citei anteriormente ao reproduzir o pensamento dos grandes empresários e empresas, tem gente que fala desta tribuna como se tivesse descoberto agora que a corrupção é uma coisa má, nefasta. Como se antes a palavra corrupção tivesse um significado diferente, mais brando e não merecesse ser investigado. Para esses digo que a corrupção assola o Brasil desde o seu descobrimento, mas que foi no governo do Partido dos Trabalhadores que mecanismos de transparência governança e o fortalecimento das instituições foram criados, mecanismos esses que resultaram na prisão de mais de 25 mil pessoas por corrupção, em mais de 2.230 operações policiais. Não falo apenas da prisão de servidores públicos ou políticos, falo de empresários, profissionais liberais, de todo o tipo de gente que tenta corromper o sistema financeiro, político e moral no Brasil. Pessoas como as envolvidas na Operação Ave de Rapina e na Operação Zelotes, que resultaram na investigação de políticos e da maior empresa de comunicação de Santa Catarina.
Tem gente que sobe a esta tribuna para criticar duramente o Partido dos Trabalhadores, para afirmar que o PT é incompetente, que é o partido que criou a política de cotas, que criou o Programa Bolsa Família, o ProUni, o programa Minha Casa Minha Vida, o Programa de Impulso a Indústria Naval, o apoio à Petrobras, que fez multiplicar por oito o seu valor de mercado e tantas outras ações em prol do povo da parte baixa da pirâmide social, que quer emprego e dignidade. Essas pessoas apontam as políticas de inclusão social como responsáveis pela instabilidade da economia atual.
Para esses eu digo que o governo do PT errou, errou sim, erramos na ânsia de acertar. Mas que fique bem claro: somos perseguidos hoje por nossas virtudes, porque somos o partido que tirou o Brasil do mapa da fome, que levou luz para todas as residências, que pagou a dívida com o FMI, que elevou o salário mínimo ao maior poder de compra nos últimos 50 anos e que tirou 40 milhões de brasileiros da miséria."
Por isso, não temos dúvida que o Brasil precisa continuar avançando, fazendo grandes reformas, reforma tributária, reforma política, reforma agrária e tantas outras políticas que precisamos avançar.
Por isso, precisamos continuar construindo esse novo Brasil.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)
Quero também abordar um tema tratado já pelo deputado Fernando Coruja e pego duas grandes linhas do debate que ocorre no país com respeito à crise, a primeira é a ótica dos trabalhadores e a segunda, a das grandes empresas. E vou usar, inclusive, o posicionamento de uma empresa que acaba de se instalar em Santa Catarina, a empresa automotiva BMW, que inaugurou sua fábrica em Araquari em março, investindo R$ 700 milhões. E justamente no dia da inauguração elaborou um documento falando sobre o Brasil e o porquê da sua instalação neste país.
Um trecho do documento diz o seguinte:
(Passa a ler.)
"[...]
Ultimamente, parece que está na moda questionar a capacidade do Brasil. A capacidade do país de realizar, de crescer, de ser grande, de ser o país que todo mundo espera e precisa.
Permitam-nos discordar inteiramente dessa percepção. Para nós o Brasil é um BMW. Poucos países no mundo cresceram como este. Cresceram em riqueza, cresceram em possibilidades, em autoafirmação e em plena liberdade democrática. Nenhum país no mundo pode escolher um caminho que não passe pelo Brasil. Se alguns duvidam do Brasil, nós investimos 200 milhões aqui.
O Brasil não se compara a nenhum outro. Seu estilo não tem igual no mundo. E breve, muito breve, ele vai ultrapassar e deixar para trás, falando sozinhos, os que há pouco duvidavam da sua capacidade."[sic]
Essa é a opinião de uma empresa estrangeira que colocou R$ 700 milhões no Brasil, que apostou e construiu uma grande fábrica de carros no nosso país.
Na mesma linha da direção da BMW, Marcel Telles, da Ambev, maior grupo de cerveja do mundo, em reportagem na revista Época Negócio desta semana afirmou: "Sempre tivemos uma visão de que o Brasil é pra cima, vai subir sempre em linha ascendente. Para nós, a prioridade é o Brasil e os Estados Unidos. Eu sou animado com o Brasil".
Na mesma entrevista, Roberto Setúbal, do Itaú, afirmou o seguinte: "Eu concordo, no curto prazo o momento parece um pouco difícil. Mas o país, ainda que tenha flutuações temporárias (reflexo da crise mundial), aponta pra cima".
(Passa a ler.)
"Hoje, sras. deputadas e srs. deputados, li nos jornais o anúncio da construção do Terminal Graneleiro da Babitonga, que vai aplicar R$ 600 milhões em São Francisco do Sul. E tem gente pregando o caos.
Na semana passada, representantes de duas das mais respeitadas agências de risco estiveram no Brasil. Saíram daqui apontando que a direção do segundo governo da presidenta Dilma Rousseff é correta. E mantiveram o Brasil como bom pagador e na condição de grau de investimento.
Para aqueles que propagam o falso caos e são idealistas do quanto pior melhor, todas essas informações que se tem são um balde de água fria, mas é a realidade. O Brasil cresceu em distribuição de renda, em geração de riquezas e seguirá assim apesar das turbulências econômicas previstas para 2015.
Tem gente que se agarra nas falácias de meias verdades, propaganda sem profundidade por setores da imprensa para esquecer que o Brasil está conectado ao resto da economia mundial, onde os preços das comodities como a soja, minérios etc., principais produtos da nossa pauta de exportação, despencaram no mercado mundial. Gigantes como a China desaceleraram e o petróleo desvalorizou 50% dentro de uma estratégia da Opep que visa encarecer a produção de gás de xisto no continente americano e enfraquecer a economia de países como a Venezuela.
O dólar valorizou, mas a nossa moeda, o real, manteve sua paridade com o euro, o que mostra que o efeito do dólar é mundial, e a estabilidade econômica é compartilhada com outras nações.
Para aqueles que estavam rezando para São Pedro implorando para que não chovesse no Brasil, o anúncio da agência Morgan, que considera cada vez mais remoto o risco de racionamento de energia do país, deve causar uma crise de caráter.
Sabemos que aqui mesmo neste plenário tem gente torcendo para que a Petrobras ande para trás e leve consigo a indústria nacional. E por quê? Para o Brasil parar e o desemprego crescer. Para essas pessoas os números que mostram o aumento da produção de petróleo pela nossa maior estatal causam náuseas e depressão.
Pergunto: o que querem essas pessoas que pregam o caos diante de um Brasil que quer crescer? Respondo: eles querem a deterioração das condições econômicas para fomentar o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Não estão preocupadas com o povo, com a nossa nação. Elas querem passar por cima da democracia e da verdade, forjando uma realidade que não fecha com o cenário que o Brasil empreendedor vivencia.
Como citei anteriormente ao reproduzir o pensamento dos grandes empresários e empresas, tem gente que fala desta tribuna como se tivesse descoberto agora que a corrupção é uma coisa má, nefasta. Como se antes a palavra corrupção tivesse um significado diferente, mais brando e não merecesse ser investigado. Para esses digo que a corrupção assola o Brasil desde o seu descobrimento, mas que foi no governo do Partido dos Trabalhadores que mecanismos de transparência governança e o fortalecimento das instituições foram criados, mecanismos esses que resultaram na prisão de mais de 25 mil pessoas por corrupção, em mais de 2.230 operações policiais. Não falo apenas da prisão de servidores públicos ou políticos, falo de empresários, profissionais liberais, de todo o tipo de gente que tenta corromper o sistema financeiro, político e moral no Brasil. Pessoas como as envolvidas na Operação Ave de Rapina e na Operação Zelotes, que resultaram na investigação de políticos e da maior empresa de comunicação de Santa Catarina.
Tem gente que sobe a esta tribuna para criticar duramente o Partido dos Trabalhadores, para afirmar que o PT é incompetente, que é o partido que criou a política de cotas, que criou o Programa Bolsa Família, o ProUni, o programa Minha Casa Minha Vida, o Programa de Impulso a Indústria Naval, o apoio à Petrobras, que fez multiplicar por oito o seu valor de mercado e tantas outras ações em prol do povo da parte baixa da pirâmide social, que quer emprego e dignidade. Essas pessoas apontam as políticas de inclusão social como responsáveis pela instabilidade da economia atual.
Para esses eu digo que o governo do PT errou, errou sim, erramos na ânsia de acertar. Mas que fique bem claro: somos perseguidos hoje por nossas virtudes, porque somos o partido que tirou o Brasil do mapa da fome, que levou luz para todas as residências, que pagou a dívida com o FMI, que elevou o salário mínimo ao maior poder de compra nos últimos 50 anos e que tirou 40 milhões de brasileiros da miséria."
Por isso, não temos dúvida que o Brasil precisa continuar avançando, fazendo grandes reformas, reforma tributária, reforma política, reforma agrária e tantas outras políticas que precisamos avançar.
Por isso, precisamos continuar construindo esse novo Brasil.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)