Pronunciamento

FABIANO DA LUZ - 075ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 05/07/2022
DEPUTADO FABIANO DA LUZ (Orador) - Discorre sobre a insegurança alimentar no Brasil.
(Passa a ler)
"O número de pessoas afetadas pela miséria continua aumentando. Hoje, 33,1 milhões de brasileiros passam fome no País, o correspondente a 15,5% da população, de acordo com 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.
No contexto mundial, o Brasil superou pela primeira vez a média global, conforme a pesquisa 'Mapa da Nova Pobreza' sobre os dados referentes à insegurança alimentar. A comparação foi feita com 160 países desde 2006. Os mais afetados pela crise da insegurança alimentar no Brasil são mulheres, famílias pobres e pessoas com idade entre 30 e 49 anos. Outro estudo, da Gallup, realizado em 160 países, apontou que a taxa de insegurança alimentar brasileira - que era de 17% em 2014 - atingiu 36% no ano passado, sendo que a média mundial é 35%.
Nos últimos anos, o Brasil deixou de priorizar o combate à fome, conforme o próprio representante da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), Rafael Zavala. Hoje o cenário só piora. Nos últimos 12 meses, o café aumentou 67%, o tomate mais de 55%, a batata-inglesa 54,30%, o açúcar 31,46%, o óleo de soja 31,25%, o leite longa vida quase 30%, a margarina 23,96%, a banana prata 23,6% e o feijão carioca 19%.
Em outra pesquisa, do Datafolha, para 26% dos entrevistados, a comida disponível nos últimos meses era abaixo do suficiente, enquanto 62% julgaram ser suficiente e apenas 12% diziam acreditar ser mais do que o suficiente. Em 12 meses até maio, a inflação da cesta básica foi de 27%, segundo estudo da PUC/Paraná.
Segundo dados de reportagem da Folha De São Paulo, a sensação de insegurança alimentar afeta, sobretudo, as famílias mais pobres. Entre os que têm renda familiar de até dois salários mínimos, ela é de 38%. Para os que recebem acima de dois e até cinco salários mínimos, o percentual é de 14%. Para quem recebe até dez salários mínimos esse percentual cai para 4%.
A quantidade insuficiente de comida também é uma realidade presente entre moradores do Nordeste (32%) e Norte (30%), mas não deixa de afetar quem vive no Centro-Oeste (24%), Sul (24%) e Sudeste (22%). As pesquisas nos mostram a gravidade do cenário. Os dados são alarmantes e constatam que a situação de insegurança alimentar é um dos maiores problemas atuais do País, o que é um imenso contrassenso, diante da disponibilidade de alimentos do mundo."
Quanto a realidade catarinense, exibe reportagem que a NSC fez sobre a insegurança alimentar em Santa Catarina.
(Procede-se à exibição de vídeo)
Menciona que, infelizmente, cerca de 75 milhões de brasileiros vivem com até R$460 por mês. Registra o lançamento da Frente Parlamentar da Insegurança Alimentar, justamente para ver quais ações podem ser tomadas em Santa Catarina para mudar esta realidade. [Taquigrafia: Roberto]