Pronunciamento

PATRICIO DESTRO - 004ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 11/02/2015
O SR. DEPUTADO PATRÍCIO DESTRO - Muito obrigado, sr. presidente, aos nossos amigos deputados e deputadas também. Sr. presidente, o primeiro assunto que me traz à tribuna hoje tem me preocupado muito, principalmente porque diz respeito à minha região, sobre a questão do crescimento da dengue em Santa Catarina. Nós da região norte, da qual também faz parte o deputado Leonel Pavan, região que está sendo muito atacada pelo crescimento da dengue, deputado Manoel Mota, não podemos brincar com a saúde pública do estado e não podemos brincar, inclusive, com a população deste estado.
As preocupações nossas com relação a essa doença é justamente pelo crescimento da epidemia. O deputado Dalmo Claro, que é médico, sabe muito bem que a situação da saúde em Joinville e em outras cidades do estado é complicada. V.Exa. imagina que tivemos dois casos confirmados em Joinville e não estão completamente justificados se foram de pessoas que contraíram a doença em Joinville, geralmente são casos importados. Mas pode ser confirmado nas próximas duas horas que esses dois casos foram contraídos na cidade. Isto vai causar um problema muito grande porque todas as pessoas, deputado Dalmo Claro, que forem ao hospital com o sintoma de uma simples gripe, por exemplo, o médico não vai liberá-las, vai segurar dentro do hospital para que possa fazer uma análise mais minuciosa sobre a situação.
E aí, claro, a preocupação maior é que nós vamos estar cada vez mais colocando pessoas dentro do nosso pronto-socorro, para poder analisar o caso, e aí nós teremos uma situação ainda mais complicada na nossa saúde.
Deputado Leonel Pavan, que está chegando ao plenário, estou falando sobre a questão da dengue e a preocupação que temos, principalmente nós, da região, com o crescimento da dengue e com os números crescentes de Itajaí e de Balneário Camboriú. Inclusive, há um caso confirmado em Balneário Camboriú de alguém que não contraiu a doença fora do estado, de um cidadão de Balneário Camboriú que não viajou para nenhum outro lugar e que hoje a doença naquele município. São 50 casos confirmados hoje em Itajaí. O primeiro caso de dengue em Balneário Camboriú foi de alguém que pegou na própria cidade.
O Sr. Deputado Leonel Pavan - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO PATRÍCIO DESTRO - Pois não!
O Sr. Deputado Leonel Pavan - Deputado Patrício Destro, primeiramente quero cumprimentá-lo pela importância do tema abordado por v.exa. Ontem, esse assunto foi levantado aqui também pelo deputado Dr. Vicente Caropreso, e hoje v.exa. também expõe, com muito conhecimento, essa questão.
Quero falar sobre Balneário Camboriú. Nós não podemos admitir, este deputado não admite, que uma das cidades mais ricas do estado de Santa Catarina, proporcionalmente é a mais rica, do lado de Itajaí, superando Joinville, uma cidade pequena, esteja com este problema. Existe falta, por parte do governo municipal, de campanhas de conscientização e até de fiscalização.
Recentemente, até acho que pagou um mico tremendo, o prefeito da cidade, Edson Dias, com umas 50 pessoas, andando pela Avenida Atlântica, levando um panfleto pelas Avenidas Brasil e Atlântica, estavam gritando: Xô, dengue! Ele tem que ir lá aos bairros, fora de campanha, sobrevoar a cidade, ver as caixas abertas, falar com a população mais pobre, com a população mais carente!
Ora, na Avenida Brasil, com milhares de turistas do mundo inteiro, gritando Xô dengue, é uma palhaçada de um prefeito, infelizmente, que deixou acontecer isso em Balneário Camboriú, que agora tenta somente no aplauso, espantando o mosquito, resolver o problema. Balneário Camboriú paga o preço pela incompetência de um governo que não trabalha na conscientização e na eliminação dos focos da dengue!
O SR. DEPUTADO PATRÍCIO DESTRO - Obrigado, deputado Leonel Pavan.
Estava buscando aqui também alguns números sobre o crescimento da dengue no estado, claro que não são números totalmente confirmados, porque alguns são de pessoas que contraíram a doença dentro do próprio município, outros que trouxeram a doença de fora, mas dado o crescimento, principalmente, do avanço do mosquito e o número de focos que temos no estado, poderemos ter uma questão epidêmica muito grande, perdendo-se o controle sobre o avanço da doença.
Cento e quatro casos confirmados de dengue no estado, sendo 89 de Itajaí e um de Balneário Camboriú. Temos casos confirmados em Araranguá, em Barra do Sul, em Guaramirim, dois casos em Joinville que podem ser confirmados de pessoas que contraíram a doença na própria cidade. Em Três Barras há casos confirmados também, em Blumenau, em Brusque, em São José do Cedro, como em Florianópolis há caso confirmado de dengue. São 1.320 focos no estado, sendo que 348 deles, são em Chapecó. São 348 casos de focos de dengue confirmados em Chapecó. E aí vem o alerta: se há o foco, o mosquito, se tiver um único doente, um único mosquito, poderá passar para mais de 300 pessoas a doença. Um mosquito pode contrair mais de 300 pessoas da doença.
Imaginem o que isso pode representar e a calamidade pública que pode trazer para o estado e para a população de uma maneira geral! O custo que nós vamos ter também e quanto que o município e o estado vão pagar para poder bancar essa conta. Qualquer pessoa que tiver sintomas de uma gripe provavelmente vai querer ficar internado, porque não vai pagar o preço para ficar em casa e depois ter um avanço da doença, até para uma dengue hemorrágica. Nós não entendemos muito sobre essa questão, mas sabemos que é uma doença extremamente grave.
De qualquer forma, fica o alerta aqui também. E nós, do Parlamento, temos a obrigação de estar cobrando, avisando e pedindo para que tanto o município quanto o estado possam olhar isso com uma lupa, para não deixar esse avanço da doença crescer.
E só vale ressaltar, para terminar o meu tempo, que essa é a primeira vez na história de Santa Catarina que temos mais casos confirmados de pessoas que pegaram a doença dentro do estado do que pessoas que importaram a doença, ou seja, que se contaminaram fora e trouxeram a doença para cá. Mas isso não causa menos preocupação já que a pessoa pode contrair a doença fora.
Temos 1.320 focos de mosquito. Em Santa Catarina basta um mosquito para picar mais 300 pessoas e expandir ainda mais a doença.
Obrigado, sr. presidente, pelo tempo.
(SEM REVISÃO DO ORADOR)