Pronunciamento

Leonel Pavan - 069ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 25/08/2015
O SR. DEPUTADO LEONEL PAVAN - Sr. presidente, sras. deputadas e srs. deputados.
Penso que não há um deputado desta Casa que não tenha recebido uma visita de prefeitos, de vereadores e representantes de entidades, todos no afã de encontrar no gabinete do deputado alguma luz, algum caminho com algum tipo de recurso que venha beneficiar os municípios.
A crise bateu na porta, não apenas da classe empresarial, não apenas do micro e pequeno empresário, do pequeno comerciante, não apenas do trabalhador, que sofre com o desemprego, que está aflito. E sempre quando vão para a empresa ficam na expectativa de serem surpreendidos por um chamamento de um gerente, de um diretor ou do dono de uma empresa, avisando sobre uma possível ou até confirmada demissão.
A crise bateu na porta não só destes, mas bateu especialmente na porta das prefeituras. A crise diminuiu a arrecadação dos órgãos públicos. Diminui na venda, diminuiu na questão dos impostos. Mas, muito mais, aumentam-se as exigências da população exigindo dos seus representantes, dos seus comandantes, dos prefeitos e vereadores, ações eficazes na questão do serviço público.
Então, todos aqui deputados e deputadas estamos certamente recebendo pedidos quase que diários de socorro para que sejam liberados recursos para investimentos na infraestrutura, para investimento nas escolas, para a construção de creches. Investimentos que trazem os resultados de segurança, especialmente a pequenos municípios. Mas o que mais se pede é sobre a questão da segurança pública e dos hospitais.
Nós vamos ter agora recursos, cada parlamentar vai ter recursos do Fundo Social. Podemos dizer que esse recurso é uma ninharia, podemos dizer em relação ao que se busca dos representantes dos municípios. Seriam recursos para atender aqui e acolá uma entidade, algum município.
Mas nós também sabemos das dificuldades do governo, das suas limitações.
Mas o que eu quero levantar aqui é que o governo também não tem culpa e nem tem condições de fornecer todo esse recurso para a bancada, aqui na Assembleia Legislativa, e muito menos para os prefeitos. Mas eles nos procuram. Isso quer dizer que a crise atualmente que abala o nosso país afetou todos.
Mas muitos vêm a esta tribuna, com coragem, tenho que reconhecer, defender o atual governo federal - e têm que defender mesmo porque precisam ser fiéis na alegria e na tristeza - e ouvimos seguidamente que está se construindo um golpe, e que essas notícias veiculadas nas revistas e jornais e em todos os meios de comunicação e pela oposição que é tudo mentira, que nada disso existe, é o que dizem alguns nesta tribuna.
E agora o que dizer a quem combater se a própria presidente da República reconhece que a crise chegou, que é muito forte, que é maior do que ela pensava. E ela diz mais: "Não sabíamos que era tanto." Então, quer dizer, ela sabia que havia problemas, sabia que a crise estava implantada no nosso país, mas não sabia que era tão grande, mas então já admitia! Só que até a poucos dias diziam que isso não existia que estávamos criando esses fatos, boatos para aplicar o golpe no país!
Muitas vezes questionei desta tribuna quem queria aplicar o golpe; quem está criando essas mentiras, como dizem, ou os dados concretos levantados pela mídia, pela imprensa nacional, internacional e agora até a China já está tomando posição.
Hoje ninguém veio aqui falar que a Dilma Rousseff reconhece a crise. Aquilo que falávamos na campanha eleitoral, agora ela reconhece que precisa diminuir os ministérios. E falamos aqui, deputado Maurício Eskudlark, v.exa., também falou há poucos dias sobre o assunto. E agora ela diz que precisa cortar na própria carne. Mas é lógico, é óbvio! Se existe uma crise, se as prefeituras do Brasil inteiro estão diminuindo os gastos, demitindo funcionários com cargo de confiança, diminuindo salários, é lógico que tinha que partir do governo federal o maior exemplo.
Hoje a mídia coloca aquilo que vimos falando há muito tempo. E nós, às vezes, ouvimos calados, e falamos desta tribuna o que está sendo comentado no Brasil, mas dizem que estamos querendo dar o golpe, que é tudo mentira, falácias, mas que o Brasil está crescendo, que não existe desemprego etc. Mas agora, o que dizer? A Dilma diz que realmente o rombo é grande.
Oras se agora existe o reconhecimento por parte da presidente, ela tem que admitir que tudo o que ela disse em campanha eleitoral foi mentira. Repetiu o chavão do Lula: "Eu não sabia de nada". E ela também não, mas agora está sabendo. Aquilo que falei a que ela se referia na campanha eleitoral, dizendo que era outro caminho que o Brasil estava trilhando, agora admite que vai enxugar 5% do total dos cargos comissionados na gestão pública e que vai tirar os dez ministérios dos 39.
Há quanto tempo se fala isso? Quando fui senador da República já falávamos dos 39 ministérios. Agora em campanha eleitoral todos falavam que era preciso enxugar a máquina porque teríamos problemas no futuro, mas como a canoa está virando e afundando, então, é tirar o peso de cima dela, mas agora talvez seja tarde.
Questionada a presidente sobre a Petrobras, ela se mostrou surpresa e admitiu que integrantes do seu governo e do seu partido estão envolvidos. Mostrou-se surpresa e admitiu.
Começamos a avançar um pouco, porque a presidente está admitindo que o Brasil realmente está em crise, que assola as famílias do Brasil, que prejudica a classe empresarial, tanto o pequeno quanto o médio comerciante estão sendo prejudicados. O vendedor ambulante e o trabalhador também estão sendo prejudicados. Os funcionários públicos têm direitos adquiridos, veja o governo aí querendo tirar benefícios, porque diz que a crise é muito grande.
Então, as prefeituras estão tendo dificuldades, os governos estaduais, devido a essa crise que toma conta do nosso país, mas acredito que antes tarde do que nunca. Ela está admitindo, quase se afogando, e vendo o seu barco afundar ela concorda que realmente o Brasil passa por um dos momentos mais difíceis da sua história e que existe realmente, e existiram, dentro do seu governo, pessoas envolvidas na Operação Lava Jato, na Petrobras, com desmandos e que prejudicaram demais a economia e o prestígio do nosso Brasil. Claro, internamente, nem se fala, mas, infelizmente, no mundo inteiro.
Fica aqui essa nossa mensagem para chamar a atenção daqueles que vieram aqui e disseram que a Oposição, que seria o PSD, estaria querendo dar um golpe. Ou o golpe está sendo dado pela Dilma, em cima daqueles que tanto a defenderam, porque quem fala agora é ela.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)