Pronunciamento

Padre Pedro Baldissera - 086ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 04/11/2020
DEPUTADO PADRE PEDRO BALDISSERA (Orador) - Relata sobre a questão da estiagem, pois, neste momento, moradores do oeste catarinense sofrem com os seus efeitos. Acabou-se de colher os prejuízos de uma estiagem, no meio do ano, e agora mais uma com milhares de pessoas sofrendo.
Afirma que não há nenhuma perspectiva de chuva significativa, e pelo menos três cidades já têm rodízio de abastecimento de água, Chapecó é um desses municípios, e não há previsão de quando isso será normalizado. O motivo de rodízio é que os lajeados que abastecem as cidades estão praticamente secos. O Lajeado São José, um dos principais, está seco, e o Lajeado Rio Tigre ainda se mantém, mas não consegue garantir o abastecimento da cidade.
Menciona localidades do interior que também são abastecidas com caminhões pipa. Lá na agricultura familiar, camponesa, do agronegócio, os prejuízos com o milho podem impactar diretamente nessas famílias, pois representa boa parte da movimentação econômica de toda a região oeste do Estado de Santa Catarina.
Pede desculpas a todos e a todas porque vem repetindo isso, basicamente, a uns 15 a 18 anos, batendo na mesma tecla. Quando se abrirá os olhos para o que está ocorrendo no Estado? Quando se alertará para essa situação? Os prejuízos e problemas causados, por mais de 18 anos de estiagem, são todos originados pela omissão e falta de perspectiva. Ou seja, aquilo que foi feito e se deixou de fazer, nos últimos 20 anos, determina os prejuízos que se está colhendo agora.
Destaca que, desde 2003, vem alertando o Governo do Estado, as entidades empresariais, as autoridades ambientais. Já chegou a todas regiões do estado o tema da água, debatendo, discutindo, alertando. E agora se alerta que a situação vai se agravar e a cada ano que passa mais ainda.
Manifesta-se deixando esse alerta e, com certeza, haverá períodos iguais ou mais prolongados de estiagem. Há a necessidade de recuperar mananciais, ter um tratamento cuidadoso com a água subterrânea, acumular água, nos meses chuvosos, para sua utilização. O poder público, muitas vezes, adota o sistema de perfurar poços sem qualquer regramento. E se percebe que a única forma de conseguir um equilíbrio e buscar avanços é garantir cisternas, sistemas de barramentos, alternativas de tecnologias simples que podem auxiliar nas cidades e no meio rural.
Cita que reuniram entidades, pesquisadores, especialistas, até mesmo, pessoas de outros países, apontando caminhos, apresentando tecnologias, mas nada, ou muito pouco foi ouvido. Quando se trata da água, ninguém ouve, até que venha a faltar. Coloca que não se pode dissociar a falta ambiental nacional, internacional, das lutas nessa área aqui em Santa Catarina. Em termos de meio ambiente não se pode agir de forma isolada, é a preservação do ser humano, das espécies, do ecossistema ao qual se está inserido.
Relembra que já apresentou 130 emendas buscando recursos para programas de cisternas, já foram encaminhadas mais de 200 ações, propostas, pedidos e projetos aos poderes públicos. É um momento difícil, complicado, mas precisa haver atitudes, não dá mais para fazer de conta, tratar as questões ambientais sem ir às causas.
Deputado Cesar Valduga (Aparteante) - Reforça as palavras do deputado, concordando que o tema é preocupante. [Taquígrafa: Eliana]