Pronunciamento

Kennedy Nunes - 010ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 01/03/2007
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Sra. presidente, sras. deputadas, srs. deputados, público que nos acompanha, funcionários da Casa, colegas da imprensa e também todos os catarinenses que nos acompanham pela TVAL e pela Rádio Alesc Digital.
Venho a esta tribuna, hoje, trazer dois assuntos relacionados a minha região e que me preocupam, sra. presidente. O primeiro assunto tem a ver, deputado Elizeu Mattos, com tantas outras jovens que estão sem proteção alguma quando se trata de ataques feitos pela rede de computadores. Eu falo de uma jovem joinvillense que foi condenada na Turquia, deputada Ana Paula Lima, porque quando saiu de Joinville para aquele país, segundo ela, tinha recebido propostas de trabalho e até de casamento. Quando embarcou no aeroporto de São Paulo e chegou na Turquia, fizeram a vistoria e ela estava levando drogas. Ela foi presa, deputado Dirceu de Matos, como traficante internacional de drogas e condenada a mais de cinco anos de prisão naquele país.
Estou falando da Ângela Wress, de 23 anos, que foi condenada a seis anos, cinco meses e 15 dias de prisão. Ela está presa desde dezembro de 2005. O problema é que ela tem uma prótese no coração e pelo fato dela ter esse problema cardíaco, não pode fazer como as outras presas, ou seja, trabalhar para se sustentar e diminuir a sua pena.
As matérias dos jornais de hoje, ANotícia e Diário Catarinense, trazem uma informação que quero passar a v.exas., porque penso que esta Casa, sra. presidente, deve pronunciar-se a respeito disso.
Alguns órgãos, inclusive o Ministério Público de Joinville, estão tentando uma forma informal de trazer Ângela Wress da Turquia para o Brasil para que ela possa fazer a troca da prótese do coração, porque, segundo informações que estão nos jornais, ela está dormindo sentada, uma vez que quando se deita tem falta de ar.
Então, trago esse assunto porque acho que a comissão de Direitos e Garantias Fundamentais, de Amparo à Família e a Mulher deve pronunciar-se. Ângela Wress é catarinense, sua família, que mora em Joinville, está passando por uma dificuldade muito grande. Gostaria de deixar registrado aqui, nesta Casa, esse assunto, porque não vejo, sra. presidente, outra forma a não ser esta Casa assumir uma posição. O Centro de Direitos Humanos já está tomando providências, a comunidade de Joinville e o Ministério Público local também estão tomando providências, mas eu acho, deputado Dagomar Carneiro, que este Poder, entrando como coadjuvante do processo, pode até formalizar alguma medida, porque Brasil e Turquia não têm acordos assinados nesse sentido, por isso a dificuldade, porque não existe esse acordo.
Mas eu penso que nós não podemos deixar uma catarinense... Nós temos tantos catarinenses, tantas pessoas do sul, não é deputado Manoel Mota, que estão fora do Brasil, que foram tentar outra vida no exterior. Eu estava conversando com o prefeito de Siderópolis e ele estava dizendo que um amigo seu foi para uma cidadezinha da Itália que tem oito mil habitantes, dos quais três mil são brasileiros.
Portanto, a ida de pessoas do Brasil para outros países para tentar a vida é uma coisa normal. Eu imagino que essa joivillense também foi tentar a vida lá fora, mas algum espertalhão, que é o que não falta para usar as pessoas como mulas, acabou colocando droga na pasta dela, que acabou pagando o pato.
O Sr. Deputado Manoel Mota - V.Exa. me concede um aparte?
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Pois não!
O Sr. Deputado Manoel Mota - Eu quero cumprimentar v.exa., deputado Kennedy Nunes, e dizer que o pai de um assessor meu está em Porto Alegre dormindo sentado porque irá realizar essa cirurgia. Então, calculo o desespero dessa moça, que está presa, fora do seu país, necessitando fazer essa cirurgia. V.Exa. tem toda razão e pode contar com a nossa solidariedade.
Acho que é importante a comissão pronunciar-se e o Parlamento catarinense deve tomar essa iniciativa junto com Ministério Público, com o Poder Judiciário, para que essa moça venha para Santa Catarina e faça essa cirurgia, porque é a sua vida que está em jogo.
Na vida tudo é difícil, mas há uma hora, quando se trata da vida humana, que eu acho que deve que haver sensibilidade. V.Exa. tem toda razão, pode contar com o nosso apoio e esperamos conseguir um resultado positivo nesse sentido.
O SR. DEPUTADO KENNEDY NUNES - Muito obrigado, deputado Manoel Mota.
Eu vou conversar com a deputada Ada De Luca, que é a presidente da comissão de Direitos e Garantias Fundamentais, de Amparo à Família e à Mulher, ou seja, nada melhor do que essa comissão, não é deputado Pedro Baldissera? Direitos Fundamentais, de Amparo à Família - a família está aqui sofrendo - e à Mulher - é uma mulher está lá, presa, sem absolutamente ninguém da família, de conhecido naquele país, ninguém!
Ela foi vítima da Internet, chegou lá, está presa desde dezembro de 2005 e agora nós temos que fazer alguma coisa para salvar a sua vida que está correndo risco, como o deputado Manoel Mota falou.
Quero aproveitar e falar outro assunto da minha região, da região de Joinville. Eu fiquei triste, deputado Nilson Gonçalves e é bem a sua área, eu não faço polícia, eu faço comunidade, mas v.exa., como bom profissional que é, sempre fez a questão de polícia.
Mas eu fiquei triste quando vi, hoje, nos jornais ANotícia e Diário Catarinense, que faleceu um detento lá no presídio regional de Joinville. Aí vocês vão dizer: morreu, morre gente em casa, morre gente no presídio e morre no hospital. Certo! Não vamos falar da questão de morrer ou não, vamos falar da situação em que está a enfermaria do presídio regional.
Há uma frase, deputado João Henrique Blasi, na matéria do jornal ANotícia, que me fez voltar um pouquinho. Diz que o detento que morreu no presídio, deputado Sargento Amauri Soares, teria sido levado para o pronto atendimento 24 horas minutos antes do secretário Ronaldo Benedet fazer a visita ao presídio. Minutos antes levaram a pessoa para o pronto atendimento! O secretário fez a visita, o cara voltou e morreu!
Isso me fez lembrar, deputado Dirceu Dresch, quando em Joinville, o governador foi ao Hospital São José fazer a entrega de um equipamento e tiraram todos os pacientes que estavam sendo tratados nos corredores e esconderam-nos em salas, para que quando o governador passasse, não visse ninguém. Depois, quando as autoridades saíram, voltaram para os corredores. Isso está registrado na imprensa local, no jornal ANotícia, nossa imprensa local.
Então, eu só quero pedir para que quando as pessoas do governo forem fazer essas visitas, fazer as vistorias locais, que façam sem marcar, não marquem, cheguem de surpresa, porque quem marca a visita, está querendo avisar que vai, para que arrumem as coisas. Está aqui, está no jornal ANotícia. Eu penso que, claro, não deve ter sido proposital, mas eu quero deixar registrada esta prática.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)