Pronunciamento

Julio Garcia - 021ª SESSÃO SOLENE

Em 03/07/2006
O SR. DEPUTADO JULIO GARCIA - Srs. membros da mesa, srs. familiares, srs. deputados, sra. deputada, senhoras e senhores, talvez dispensável qualquer manifestação pela eloqüência dos discursos que nos antecederam. Mas, tendo sido protagonista de uma parte da história do governador Pedro Ivo Campos, eu não posso me furtar, neste momento, de dar um breve testemunho.
Em 1982, chegava para a história contemporânea do Brasil, com a eleição direta para governador. E o ex-governador Pedro Ivo Campos já pretendia, naquela ocasião, disputar as eleições para o governo do estado. E como bem diz o título do livro de Moacir Pereira, naquele momento ele já deu sinais efetivos do democrata que era. Reconhecendo a derrota nas prévias, não se furtou de apoiar o candidato vencedor e disputou a eleição para o Senado. Talvez, e isso só foi possível aferir depois da campanha e pelo seu comportamento durante a campanha, já tivesse sido, em 1982, o ano em que os catarinenses tivessem escolhido o homenageado governador do estado.
Esse episódio da nossa história política ficou para o ano de 1986, quando o governador Pedro Ivo Campos foi eleito com retumbante vitória. Paralelamente a isso, a Oposição também elegeu um número razoável de jovens parlamentares, numa renovação do Parlamento. E a mesma Oposição que se dividiu na disputa eleitoral, ao seu final e ao início do governo Pedro Ivo uniu-se para fazer-lhe, talvez, uma das oposições mais duras, mais críticas e mais severas. De um lado, ele, com a sua formação forjada na disciplina da escola militar - e tenho certeza, hoje convicto, de que adotou para Santa Catarina o melhor caminho -, e de outro lado jovens eleitos parlamentares, talvez com o mesmo objetivo: o de fazer, a sua maneira, o melhor para Santa Catarina. Mas devo confessar que, do período em que milito na política de Santa Catarina, foi um dos períodos mais duros, em que a Oposição foi mais vigorosa.
O senador Casildo Maldaner, há pouco, brincava com a senadora Ideli Salvatti, reclamando da dureza da então deputada estadual da época. E o governador Pedro Ivo, inflexível, apesar da sua doença, enfrentou tudo e todos de forma, como disse o Moacir Pereira, invergável, tal qual uma coluna de aço.
Neste momento, há que se reconhecer que essa é uma história que precisava ser resgatada. E isso está sendo feito na noite de hoje, exatamente na Assembléia Legislativa, pois, tenho certeza, se o governador Pedro Ivo Campos pudesse escolher, escolheria este local para ser homenageado. A Assembléia Legislativa participa, com muita honra, deste momento importante do resgate da história, acolhendo a proposição do deputado João Henrique Blasi. E esta homenagem contou também com o lançamento de um livro importante para a história catarinense.
De minha parte, como fez o jornalista Moacir Pereira, certamente, eu, que protagonizei ao lado de tantos companheiros deputados, talvez não mudasse o meu pensamento. Mas devo confessar a todos que faria ao ex-governador a mesma Oposição. Acho que até pensaria da mesma forma que pensei, mas o modo certamente seria outro, fruto do amadurecimento e do tempo que se passou.
Por isso fiz questão não só de apoiar a homenagem, como de estar aqui presente para prestar este testemunho à família.
Feliz da família que tem no seu seio um líder das qualidades, do quilate e da estatura de Pedro Ivo Campos. Feliz do estado que tem na sua história política o exemplo deste coronel democrata.
Muito obrigado!
(Palmas)
(SEM REVISÃO DO ORADOR)