Pronunciamento

Dr Vicente - 003ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 10/02/2015
O SR. DEPUTADO DR. VICENTE - Sr. presidente, sras. e srs. deputados, entramos hoje com uma indicação que foi aprovada pela Mesa Diretora e que solicita ao governador do estado e ao presidente do Badesc, apoio para a manutenção do Programa Juro Zero e a manutenção também da isenção de contrapartida, bem como o aumento do prazo de carência dos financiamentos em 18 meses.
Semana passada, praticamente reinaugurei aquela velha prática lá de Brasília, quando fui deputado federal, e reiniciei as audiências em algumas situações aqui em Florianópolis. Eu fui até o Badesc falar com o amigo Wellington, o diretor, que me recebeu da melhor maneira possível, e estava lá o prefeito de Schroeder, gente boa, e também o prefeito de Macieira. São pequenas prefeituras do estado que dependem de um fomento para o seu desenvolvimento, principalmente para a infraestrutura, porque quando caminhamos por esse estado afora vemos uma carência muito grande na infraestrutura desses municípios e, se não houver incentivo, as coisas vão ser realizadas pela metade, vão ficar inacabadas, e as prefeituras continuam com a qualidade do transporte muito ruim. É isto que vemos pelo estado e que se tem presenciado. Tem que haver o apoio governamental, como houve ano passado, quando foram destinados quase R$ 240 milhões de recursos que beneficiaram centenas de prefeituras, umas mais, outras menos, mas que trouxe desenvolvimento para algumas regiões que precisavam desse apoio financeiro.
Tenho ouvido muitas conversas a respeito da BR-280, da BR-470, da BR-101, no trecho sul, mas na realidade essas nossas rodovias federais, e mesmo que se considerasse que a BR-101 já estivesse concluída, estão saturadas, porque o que vemos no norte do estado, onde a BR-101 está pronta, é períodos e gargalos que estão se sucedendo de forma a atrapalhar e arriscar cada vez mais a vida das pessoas.
Estava vendo hoje uma estatística macabra, foram 38 mortes, ano passado, na BR-280. Então, quando se vê essa duplicação capengando novamente, com dificuldade para pagar as pessoas que precisam ser indenizadas, atrasos em obras, ficamos preocupados.
Na entrada para Jaraguá do Sul existe uma obra que era para ser concluída em um ano, foi prorrogada para mais dois anos, irá ser concluída no começo de 2016. Enfim, é uma enrolação. Vemos o trabalho dobrado das empresas de ônibus, com a manutenção dos veículos cada vez mais cara; o atraso das pessoas para chegarem em casa, ao trabalho, que fica cada vez mais acentuado. Isto vai irritando as pessoas e se transforma numa fonte de estresse. É um estresse ficar nas filas, nas rodovias esperando. Isso poderia ter sido melhor planejado no Brasil, um Brasil que fica capenga nessa questão de planejamento a longo prazo. Nossa visão política é muito imediatista. Temos que pensar de maneira mais elevada, mais forte, mais além. Passam-se os anos, os mandatos vão-se sucedendo e não se fala em ferrovias no país e no nosso estado. Em alguns países é um sonho fazer uma viagem, por exemplo, para Alemanha, Estados Unidos, pegar um trem decente e fazer uma viagem com segurança.
Aqui no Brasil praticamente é coisa proibida falar em ferrovia, falar em qualidade de transporte público de passageiros.
O que nós temos hoje no estado mal e mal são velhos trens arcaicos, trens que descarrilam, trens que perturbam, inclusive, o caminho do desenvolvimento das cidades, e não temos mais a perspectiva, por exemplo, de uma translitorânea, de uma ferrovia que serviria de eixo norte/sul nessa área que é mais populosa, onde mais trafegam os veículos e onde mais ocorrem acidentes.
Portanto, está aí lançado um desafio: a translitorânea pensar alto, pensar cada vez mais para frente, pensar de uma forma em que nós possamos ver o futuro de uma maneira mais elevada, pensando em outros países onde isso já foi superado de uma maneira muito mais pensada.
Então, quero aqui reforçar esse pedido que fizemos com essa indicação ao governador do estado e ao presidente do Badesc, para que ele veja com carinho a manutenção desse programa Juro Zero.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)