Pronunciamento

Dalmo Claro de Oliveira - 061ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 04/08/2015
O SR. DEPUTADO DALMO CLARO - Sr. presidente, srs. deputados, público que nos acompanha pela TVAL, na verdade eu quero abordar dois assuntos.
O primeiro é sobre a questão que estamos passando agora, de 1º a sete de agosto, pela Semana Mundial do Aleitamento Materno. É importante que se faça esse registro aqui nesta Casa, da relevância deste ato simples, inerente a nossa condição de seres humanos, mamíferos.
Importantíssimo sob o ponto de vista da saúde das crianças, principalmente dos recém-nascidos e crianças de até seis meses, um ano de vida.
Então, ocorre uma série de eventos pelo estado afora, no Brasil todo, na verdade a semana é mundial, reiterando a importância deste ato. Muitas vezes com a vida moderna, com as atribulações das mães com os regimes de trabalho e até com algumas noções estéticas, o hábito tem sido deixado de lado.
Mas, é extremamente importante, estimulado pelos especialistas, pelos pediatras, que seja feito o aleitamento. Isso trás muito mais segurança à saúde da criança, mais imunidade, mais proteção contra infecções, um melhor equilíbrio nutricional e um melhor desenvolvimento sobre vários aspectos da criança, não só sobre o aspecto nutricional, mas também sobre o emocional e psicomotor. Queremos aqui reiterar a importância disso e deixar registrado.
Em Joinville, especificamente, há uma série de atividades que estão sendo realizadas, culturais, educativas através da imprensa, inclusive a televisão tem colaborado, e é muito importante que se destaque este ato.
Outro aspecto que quero aproveitar o momento para registrar aqui, é que por uma proposição nossa na comissão de Saúde, faremos uma audiência pública da comissão de Saúde desta Casa, em Joinville, nesta próxima sexta-feira, dia sete de agosto, às 13h30, com previsão de durar várias horas durante a tarde, no salão nobre da Associação Comercial e Industrial de Joinville.
Essa audiência destina-se a discutir a organização, a estrutura hospitalar de Joinville e região. Hoje é nítida a deficiência de instalações hospitalares na região, sejam em número de leitos, leitos de UTI, salas cirúrgicas, enfim, todo o conjunto de espaços que compõem um hospital. E digo mais, até não só no aspecto de internação, mas os hospitais hoje como centros de diagnose e de terapia das doenças de maior complexidade.
Aquela noção antiga de um hospital como apenas um hotel que hospeda doentes que vão lá tomar um soro já está há muito ultrapassado. A própria população tem percebido isso na medida em que busca hospitais com maior resolutividade mesmo que, às vezes, longe da sua cidade, dispensando a busca de um hospital de pouco recurso mais próximo de seu domicílio e vai mais longe buscando hospitais com maior capacidade de recursos.
Então, os hospitais precisam ter essa capacidade, complexidade de meios, diagnósticos e terapêuticos e também capacidade de acolhimento ainda de leitos hospitalares numa proporção cada vez maior de leitos de UTI sobre o número total de leitos hospitalares.
Nós tínhamos até a poucos anos uma proporção de 2%, 3% do total de leitos do hospital ou do conjunto de leitos do hospital de uma cidade como leitos de UTI. Hoje, a necessidade está em torno de 10% do total de leitos hospitalares como leitos de UTI, e eu acredito que vamos chegar até em hospitais que tratam maior complexidade beirando talvez 15% ou 20% do total de leitos como leitos de UTI.
Mas, enfim, vamos discutir a situação da região. Para os senhores terem uma ideia, hoje, Joinville e região teriam uma necessidade de cerca de 1500 leitos hospitalares, 150 leitos de UTI e em torno de 800, 880 leitos hospitalares, se contarmos alguns hospitais de pequena complexidade também da região e 71 leitos de UTI.
Então, estamos com metade da necessidade e há uma demanda, uma solicitação muito grande por parte de diversos setores, segmentos da sociedade de Joinville e da região por novos hospitais, a sociedade médica clama por um hospital por determinada característica, a Associação Comercial da mesma forma, lideranças da zona sul da cidade com 200 mil habitantes clamam por um hospital lá localizado, especialistas ligados ao tratamento do câncer também defendem uma unidade dessa especialidade na cidade ou na região.
Então, há que se discutir com todos de forma democrática, aberta, abrir a discussão da situação na cidade. É o que queremos para os próximos anos na região.
As pessoas também sabem e entendem hoje que não dá mais para depender só do poder público para isso, e a audiência pode ter também um papel importante de conscientização da sociedade para que ela, de forma organizada, eventualmente tome até iniciativa de construção, gestão, administração, financiamento de um hospital para atender o SUS, um hospital com característica de atendimento público.
Portanto, convido os demais deputados que puderem se fazer presentes também na sexta-feira, sete de agosto, às 13h30, em Joinville, na sede da Associação Comercial, pois a discussão será bastante rica e já há inclusive a proposição aprovada na comissão de Saúde, de mais quatro audiências externas, especificamente para tratar do assunto da estrutura hospitalar de sua região, a saber: Chapecó, Blumenau, Itajaí e no sul do estado em Criciúma também com o mesmo objetivo.
Acredito que serão reuniões importantíssimas, nas quais poderemos aproveitar para traçar o melhor cenário para a região, ou pelo menos buscar aquilo que seja mais adequado, e, inclusive, orientar o próprio poder público no sentido da melhor aplicação dos recursos quando se tratar de instalações hospitalares.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)