Pronunciamento

Ada De Luca - 052ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 12/06/2019
DEPUTADA ADA DE LUCA (Oradora) - Volta ao tema do feminicídio e da violência doméstica, que está vitimando muitas mulheres em Santa Catarina. Comenta que, proporcionalmente, o estado é o segundo com maior número de violência doméstica no país, e também o segundo em número de estupros.
Cita que as causas desse mal crônico que atinge toda sociedade, independente de raça ou classe social são: diferença salarial entre homens e mulheres, disparidade de espaços no mercado de trabalho. Fatos estes que muitas vezes obrigam mulheres a permanecerem em relacionamentos abusivos.
Elenca alguns dados sobre o estado: o IBGE, em 2016, apontava que homens recebiam 36,7% a mais que as mulheres. Os trabalhadores do sexo masculino receberam por mês cerca de R$ 2,5 mil, enquanto as trabalhadoras receberam em média R$ 1,8 mil. Também registra que, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupa o 95º lugar entre os 144 países com maior equidade de gênero, com impactos para as mulheres, como a falta de representatividade na esfera política e a diferença salarial e de renda média, que corresponde a 58% da renda dos homens. Apresenta dados da Fundação Getulio Vargas, de 2018, mostrando que o percentual de trabalhadoras que ocupam cargos de alta liderança ainda é muito baixo: 7,8%, e também a projeção feita em 2015 pela Folha de S.Paulo, de que mulheres ganhariam o mesmo que homens apenas em 2085, ocupariam 51% dos cargos de diretoria executiva (percentual proporcional ao que elas representam na população brasileira) em 2126, e a mesma parcela em cargos de alta gestão somente em 2213.
Ressalta que o relatório "País estagnado: um retrato das desigualdades brasileiras", divulgado no fim do ano passado pela ONG Oxfam Brasil, aponta que, pela primeira vez em 23 anos, houve um retrocesso quanto à renda de mulheres comparada a de homens. Destaca que as mulheres são as principais responsáveis pelas tarefas do lar e pelos cuidados com os filhos e, com pausa do trabalho, licença-maternidade ou jornada reduzida, diminuem-se também as oportunidades de carreira e melhor remuneração.
Declara que é preciso avançar em passos mais rápidos e intensificar políticas de incentivo à participação da mulher no mercado de trabalho, incluindo também o cenário político, onde representa pouco mais de 10%, pois a mulher precisa ter seu trabalho reconhecido, garantir espaço e conquistar sua independência financeira. [Taquígrafa: Sara]