Pronunciamento

Marcos Vieira - 015ª SESSÃO ORDINÁRIA

Em 11/03/2015
O SR. DEPUTADO MARCOS VIEIRA - Sr. presidente, srs. deputados, sras. deputadas, telespectadores da TVAL e ouvintes da Rádio Alesc Digital.
Srs. deputados, lembro-me bem quando no mês de março de 2014 - e vou fazer questão de repetir - deputado Kennedy Nunes, ou seja, há exato um ano, uma matéria foi publicada na maioria dos jornais de Santa Catarina, e trago, aqui, o Jornal do Povo, da cidade de São Domingos, que mostra, deputado Aldo Schneider, a matéria, que traz o seguinte: "Deputado Marcos Vieira diz que Dilma está desconstruindo o Brasil."
O subtítulo da matéria dizia ainda: "Comparação dos índices econômicos dos últimos 20 anos mostra que a era da estabilidade está chegando ao fim com as ações do governo Dilma". Eu disse, deputado Aldo Schneider, há exatamente um ano, que o Brasil não ia bem.
E quero aqui, hoje, mais uma vez, srs. deputados, voltar a falar sobre um tema que está norteando a imprensa brasileira como um todo, a situação política, a situação econômica que estamos vivendo no presente, até porque disse o ministro Joaquim Levy, no dia 8 de março, no caderno de economia do Estadão de São Paulo: "Levy vai precisar fazer o ajuste fiscal mais duro desde a época da criação da Plano Real".
Ora, srs. deputados, fazer tal afirmativa no dia 8 de março de 2015, eu que não entendo de economia, que nunca fui ministro de estado, há exatamente um ano publicava na imprensa catarinense que o Brasil não ia bem, e levaram um ano, deputado Patrício Destro, para vir a público, depois das manifestações da população brasileira e dizer que precisavam fazer um ajuste fiscal? E o ajuste fiscal será o maior desde era da criação do Plano Real no Brasil?
E a pergunta é: Que governo é esse? Que planejamento de governo é esse? Que ministério é esse que não faz as devidas previsões de como vai caminhar a economia daqui a dez anos? Que não consegue fazer previsão do andamento da economia para um ano? E quero aqui dizer, srs. deputados, que eu já previa isso.
(Passa a ler.)
"Em março de 2014 a Balança fechou o bimestre com déficit recorde de R$ 6 bilhões.
Em março de 2014, apenas no mês de janeiro, o déficit foi de R$ 4 bilhões.
Folha de S.Paulo, em março de 2014: Avaliação sobre o Brasil é a pior desde 1999."
Manchetes dos jornais de hoje, a mesma avaliação, o Brasil continua sendo o pior desde 99. O tomate, em 2014, subiu 29%; a batata, em março de 2015, 44%. Vejam, senhoras e senhores, que o Brasil gastou no ano passado R$ 34 bilhões para segurar um ponto percentual da inflação no Brasil para não crescer. E foi o que aconteceu. Gastaram R$ 34 bilhões e a inflação não parou. Por quê? Porque represaram os preços públicos, porque trancaram o reajuste da gasolina, do diesel, da energia elétrica, dos pedágios. E qual é o resultado disso? Em março de 2015 a inflação teve a maior alta em quase dez anos e continuou subindo. E está subindo.
Em março de 2014 o Brasil tinha a oitava maior inflação de todo o mundo. E lembro-me quando o deputado Dirceu Dresch, que não está em plenário, infelizmente, contestou, no dia 6 de março, no jornal Lê Notícias, da cidade de Xanxerê, os meus argumentos sobre a avaliação da economia brasileira. Disse ele, o sr. deputado Dirceu Dresch:
(Continua lendo)
"Inflação alta? Temos a inflação mais baixa dos últimos anos, com 6,5%." Disse o deputado Dirceu Dresch no Lê Notícias. E a imprensa nacional, deputado Padre Pedro Baldissera, no dia 7, sábado, na Folha de S.Paulo, traz o seguinte: "Taxa no país é a sexta maior no mundo. Só está à frente do Brasil a Venezuela, que está quebrada; a Ucrânia, que está quebrada; a Argentina, que está quebrada; a Rússia, que está quebrada; o Egito, que está quebrado; e o Brasil que começa a quebrar." O Uruguai está melhor do que o Brasil.
Eu quero aqui fazer algumas comparações para v.exas. entenderem.
(Continua lendo)
"Em março de 2014, a energia doméstica subiu 24%; março de 2015, a energia doméstica sobe 43%; março de 2014, energia industrial sobe 24%; março de 2015, a energia industrial vai subir 56%; março de 2014, o pedágio subiu 6,7%; neste ano, o pedágio subiu 11%. Os combustíveis subiram 11% em março de 2014 e em março de 2015 já subiram mais de 22%. A cesta básica em março de 2014 subiu 12%; em março de 2015 já subiu 13%."
E aí vai, srs. deputados!
No dia 26 de março de 2014, diz a manchete do caderno da Folha de São Paulo: "Pivô de crise ganhou elogios do conselho da Petrobras" - o sr. Cerveró. Em março de 2014 ele ganhou elogios; em março de 2015 está preso em Curitiba. Esse é o país, esse é o Brasil. Por que falar agora de ajuste fiscal? Por que não fizeram isso há um ano para amenizar a dor do trabalhador brasileiro? E mais, srs. deputados, o governo federal quer criar mais um imposto. E o que me chama atenção é que Chapecó continua com o seu aeroporto municipalizado, o aeroporto Hercílio Luz continua sendo do terceiro mundo, mas, deputado Aldo Schneider, o BNDES dá dinheiro para a Odebrecht construir um novo aeroporto em Cuba.
Deputado Aldo Schneider, o jornal Estado de S.Paulo, do dia 10, ontem, traz o seguinte: "BNDES financia obra da Odebrecht, em Cuba. Trabalho de reforma e ampliação do terminal do aeroporto de Havana começa neste mês e vai receber US$ 150 milhões do banco brasileiro". Cadê o aeroporto Serafim Enzo Bertazzo, deputada Luciane Carminatti? Cadê o aeroporto de Florianópolis? Cadê o aeroporto de Navegantes? Cadê o aeroporto de Forquilhinhas? Cadê o aeroporto de Joinville? Para Cuba pode, mas para Santa Catarina não pode!
As montadoras já estão demitindo. Já foram 1.800 vagas que não são preenchidas nas montadoras, depois o Partido dos Trabalhadores diz que está tudo bem e a presidente Dilma disse na televisão que isso é passageiro e que no segundo semestre vai melhorar. Não melhorou de um ano para cá desde que fiz o meu pronunciamento.
Muito obrigado!
(SEM REVISÃO DO ORADOR)